Zelensky deverá viajar para a Polônia após acordo de genocídio há 80 anos

oxigênio O gabinete do primeiro-ministro polaco Tusk anunciou que ele receberia Zelenskiy no final da manhã e que os dois dariam uma conferência de imprensa conjunta pouco depois do meio-dia (hora local).

A visita ocorre dias depois de Tusk anunciar progressos na questão da exumação, que há anos atormenta as relações entre Varsóvia e Kiev.

"Finalmente um avanço. Foi decidido realizar a primeira autópsia das vítimas polacas da UPA", escreveu Tusk nas redes sociais na sexta-feira, referindo-se aos rebeldes ucranianos.

“Agradeço aos ministros da cultura da Polónia e da Ucrânia pela boa cooperação. Estamos aguardando novas decisões”, acrescentou, segundo a Associated Press dos EUA.

O anúncio de Tusk da viagem de Zelensky ocorre no momento em que a Ucrânia está em alerta aéreo devido a um grande ataque russo à infraestrutura energética ucraniana.

A reunião entre Tusk e Zelenskiy também ocorreu poucos dias depois de a Polónia assumir a presidência rotativa do Conselho da União Europeia, do qual a Ucrânia é membro candidato.

A ONG Fundação para a Liberdade e a Democracia disse na segunda-feira que a exumação das vítimas na Ucrânia começaria em abril.

Embora a Polónia tenha sido um dos mais firmes apoiantes da Ucrânia desde que foi invadida pela Rússia há quase três anos, a questão das vítimas polacas em valas comuns em solo ucraniano deixou muitos polacos com dúvidas persistentes.

Também coloca pressão sobre Tusk, que está a tentar fazer progressos numa questão que continua a ser importante para muitos na Polónia.

O problema remonta a 1943-44, quando a Europa estava em guerra.

Na altura, os nacionalistas ucranianos massacraram aproximadamente 100.000 polacos na Volínia e noutras partes do leste da Polónia ocupadas pela Alemanha nazi (agora parte da Ucrânia).

Os nacionalistas que procuravam um Estado independente na Ucrânia incendiaram aldeias inteiras e mataram residentes.

A Polónia considera os acontecimentos um genocídio e pediu à Ucrânia que permita a exumação dos corpos das vítimas e lhes dê um enterro adequado.

Estima-se que 15.000 ucranianos foram mortos em retaliação.

A questão é difícil para a Ucrânia porque alguns nacionalistas ucranianos da época da Segunda Guerra Mundial são considerados heróis nacionais pela sua luta para estabelecer o Estado ucraniano.

Enquanto as duas partes tentavam resolver a questão, o Presidente do Parlamento Ucraniano fez observações conciliatórias no Parlamento Polaco em Maio de 2023.

“A vida humana tem o mesmo valor, independentemente da nacionalidade, raça, género ou religião”, disse Ruslan Stefanchuk aos legisladores polacos na altura.

“Com este entendimento, cooperaremos convosco, queridos amigos polacos, e aceitaremos os factos, por mais teimosos que sejam”, acrescentou.

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