O perito da polícia científica José Bento disse esta quarta-feira ao tribunal que os discos externos que analisou no caso Football Leaks continham maioritariamente informações sobre o Benfica e eram utilizados por pessoas com conhecimentos avançados de informática.
“A informação aí contida demonstra um interesse por toda a estrutura do Benfica”, disse José Bento, que explicou que a informação contida nos discos permitiria “reconstruir” o clube do início ao fim caso houvesse problemas graves com o computador do clube. sistemas.
De manhã, José Bento respondeu a perguntas do Ministério Público (MP) e dos advogados do Benfica, admitindo ter descoberto “18 contas do domínio slbenfica” configuradas em suporte informático. e “Documentos e Dados” no blog do Mercado Benfica (Rui Pinto nega autoria), “Informação acessível apenas ao responsável pelo tratamento”.
Segundo José Bento, a informação contida no disco abrange o período “entre o final de 2016 e 2019” e inclui, entre outras coisas, “credenciais e palavras-passe de acesso ao serviço”.
Embora se tenha notado que alguma da informação estava relacionada com o serviço nacional, José Bento considerou que a maior parte da informação era “exclusivamente dedicada a questões relacionadas com o futebol” e “principalmente relacionadas com o Benfica”.
A primeira testemunha a comparecer no segundo julgamento do fundador do Football Leaks, Rui Pinto, regressará ao tribunal às 14h00 do dia 27 de janeiro, depois de os oficiais de justiça terem bloqueado a segunda parte da audiência, adiada na quarta-feira devido à greve.
Rui Pinto enfrenta julgamento por um total de 241 crimes: 201 crimes de acesso ilícito qualificado, 22 crimes de violações graves de comunicações e 18 crimes de danos informáticos.
Além do Benfica, os indivíduos e instituições visadas incluíam outros clubes, ligas, empresas, escritórios de advogados, juízes, procuradores, autoridades fiscais e a rede de segurança interna do país.
O fundador do “Football Leaks” foi condenado em março do ano passado e o Tribunal Criminal Central perdoou-o por 134 acusações de violação de comunicações ao abrigo da lei de amnistia aprovada durante a Jornada Mundial da Juventude de 2023. Ele teria cometido o crime antes dos 30 anos.
Em setembro de 2023, Rui Pinto foi condenado a quatro anos de prisão, com suspensão, pelo Tribunal Central Criminal de Lisboa por tentativa de extorsão, violações graves de correio e invasão criminosa no caso “Football Leaks”.
Ele também recebeu pena de prisão suspensa de seis meses na França, em novembro de 2023, por acessar ilegalmente e-mails do PSG.