A China disse hoje que quer cooperar com Washington em questões comerciais, depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, ter ameaçado impor tarifas punitivas sobre produtos chineses após tomar posse.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, disse que a China está disposta a fortalecer o diálogo e a comunicação com os Estados Unidos e a administrar adequadamente as diferenças.
"Esperamos que os Estados Unidos e a China trabalhem juntos para promover conjuntamente o desenvolvimento estável das relações económicas e comerciais sino-americanas."
Guo Jiakun reconheceu que existem “desentendimentos e fricções” entre os dois países, mas destacou que “os interesses comuns e as possibilidades de cooperação são enormes”.
A relação comercial entre as duas maiores economias do mundo tem sido tumultuada nos últimos anos.
Durante o seu primeiro mandato, Donald Trump impôs tarifas às exportações chinesas sobre o que chamou de práticas desleais.
O seu sucessor democrata, Joe Biden, continuou a pressionar para restringir drasticamente o acesso da China aos semicondutores utilizados na produção de alta tecnologia.
Durante a campanha, Trump ameaçou impor tarifas mais elevadas à China, cujas exportações atingiram níveis recordes no ano passado.
China defende reforço do papel da OMS
A China também enfatizou o papel da Organização Mundial da Saúde (OMS) nas questões globais de saúde pública, após a decisão do novo presidente norte-americano, Donald Trump, de retirar os Estados Unidos da organização.
Guo Jiakun enfatizou na conferência de imprensa que a OMS é “a instituição internacional mais autorizada e profissional no campo da saúde pública global” e “desempenha um papel fundamental na coordenação da governação da saúde global”.
“O papel da Organização Mundial da Saúde deve ser fortalecido, não enfraquecido”, disse Guo em resposta às acusações da Casa Branca de que a China supostamente não teria contribuições significativas para a organização.
Guo também reiterou o compromisso da China com a OMS, dizendo que a China continuará a "apoiar a OMS no cumprimento das suas responsabilidades", ao mesmo tempo que aprofunda a cooperação internacional no domínio da saúde pública.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores acrescentou: "A China aprofundará a cooperação internacional, melhorará a governança da saúde global e promoverá a construção de uma comunidade de saúde humana".
A resposta da China surge depois de Trump ter ordenado a retirada dos Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde, uma decisão que suscitou críticas a nível interno e externo, especialmente à luz da crise sanitária global causada pela pandemia de Covid-19.
Quando o documento foi assinado no Salão Oval, os republicanos justificaram a sua decisão criticando o facto de os Estados Unidos contribuírem com muito mais recursos para a agência do que a China.
Trump lembrou que durante o seu primeiro mandato (2017-2021), já tinha tomado a decisão de se retirar da Organização Mundial de Saúde: “Eles (China) pagaram 39 milhões de dólares (37,6 milhões de euros). pago.