Torre de Babel. Souto Moura anunciado por ‘passo em falso’ presidencial

azotoDurante a segunda reunião da Operação Babel, relativa à alegada adulteração e violação de normas e instruções no processo de licenciamento urbanístico de Vila Nova de Gaya, no Porto, o arguido explicou que Eduardo Vito Rodríguez, poucos dias antes da primeira reunião O nome de Suto Mora foi apresentada. O município, os patrocinadores do projeto (réus e empresários imobiliários Paulo Malafaia e Elad Dror) e o arquiteto.

“Tendo em conta o calendário (da reunião com Souto Moura), no dia 6 de julho de 2020, após a reunião da Câmara de Comércio, o Presidente anunciou que Souto Moura seria o arquiteto do projeto do centro de convenções. O patrão Azevedo explicou que se tratou de um erro do presidente que acreditou que o acordo com Suto Mora estava encerrado.

Para os réus, Eduardo Vitor Rodriguez não anunciou publicamente, intencionalmente ou com qualquer finalidade, o nome de Suto Mora.

"O presidente não prestou atenção (ao assunto). O presidente também gosta, por vezes, de usar algumas 'frases de efeito' para obter a notícia e revelá-la aos meios de comunicação sem tornar público o nome (de Souto Moura). Este erro foi visto como uma imposição, admito, mas foi um erro", disse Patrosinho Azevedo.

O ex-deputado acrescentou que não conhecia o arquiteto Souto Moura “de lado nenhum” e que o seu nome lhe foi recomendado pelo advogado e arguido João Lopes, de quem Pace é representante da família proprietária de parte do terreno Skyline/Centro de Convenções. , um hotel foi planejado.

Sobre o valor pago pelo Ministério Público ao arquiteto, o arguido disse desconhecer, sublinhando que Souto Moura “fez um excelente trabalho”.

Segundo o Ministério Público (MP), a contratação de Souto Moura custou ao promotor imobiliário quase 1 milhão de euros, pelo que o promotor procurou “amortizar os custos adicionais através da aquisição de maior capacidade de projecto”.

O vereador insistiu que os fundadores do grupo Fortera, Elad Dror e Paulo Malafaia, “aceitaram desenvolver um projecto imobiliário em Vila Nova de Gaia, o chamado Skyline/Centro Cultural e de Convenções, Riverside e Hotel Blue”, contando com alegado favoritismo por parte dos ex-presidentes de Gaia. deputado, em troca do qual receberia dinheiro e bens materiais como relógios.

No final da manhã, houve um momento de tensão entre Patrosinho Azevedo e um membro do júri (três juízes), quando a questão da capacidade do terreno para o projecto Skyline/Downtown ganhou brevemente destaque. Mais uma vez atraiu a atenção da Assembleia Geral.

O juiz disse a certa altura que Patrocinho Azevedo estava a ser julgado por “facilitar” a subida do índice de construção de 0,8 para 1,2 (aumentando a capacidade de construção).

O réu reiterou que “tudo que tiver índice acima de 0,8 pertence à Câmara de Comércio”.

“Estou a ser julgado pela mais-valia que a Câmara traz”, disse Patrosinho Azevedo.

O juiz levantou a voz e respondeu: “Você pode dar tanto ganho de capital quanto quiser, mas não pode receber mais ganho de capital do que o seu salário”, para o sentimento visivelmente desconfortável dos réus, advogados e membros do público em comparecimento.

Patrocinho Azevedo continuou a prestar depoimento ao longo da tarde.

O problema é que as normas e directivas do processo de licenciamento urbanístico de Vila Nova de Gaia alegadamente favorecem promotores relacionados com projectos de elevada densidade e escala, até pelo menos 2022, envolvendo interesses imobiliários no valor aproximado de 300 milhões de euros, através da oferta e aceitação Considerações sobre dinheiro.

Leia também: Operação Torre de Babel? Ex-deputado de Gaia nega qualquer ‘acordo de corrupção’