Os técnicos de emergência médica pré-hospitalar do Instituto Nacional de Resposta a Emergências Médicas, que realizaram horas extraordinárias entre Dezembro e Janeiro para além dos limites normalmente aplicáveis aos serviços públicos, temiam não ser remunerados pelo trabalho.
Rui Lázaro, presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-hospitalar, explicou que estes profissionais realizaram uma greve de horas extraordinárias em novembro, provocando o caos no serviço do INEM, durante o qual morreram 11 pacientes que necessitavam de cuidados médicos e necessitaram de atendimento de urgência – A direção do instituto informou aos dirigentes que o ministro da Saúde determinou decisão para acabar com as restrições à prestação de serviços especiais até agosto de 2025, possibilitando o fim dos protestos e o fortalecimento do horário de atendimento.
Rui Lázaro afirmou: “Ainda estamos a tentar perceber o que aconteceu, mas os recursos humanos do INEM disseram-nos que não existe qualquer ordem” que permita que o pagamento de horas extraordinárias seja superior a 60% do salário base. Pediu esclarecimentos à administração. O INEM também vai questionar a ministra Ana Paula Martins. “Há técnicos que agora estão a ser remunerados entre dezembro e agora 120% e 140% acima do vencimento base. Este trabalho tem que ser remunerado, com ou sem encomenda”, alertou o dirigente sindical, dizendo que se isso não for feito, ele está considerando organizar um novo protesto.
Embora a questão não seja clara, o sindicato recomenda que os trabalhadores não ultrapassem o limite legal de 60% do salário base para horas extraordinárias.
Na segunda-feira, 200 novos técnicos de emergência assinaram contratos de trabalho com o INEM, na sequência da conclusão do concurso de recrutamento em agosto passado. Os profissionais passarão agora por um treinamento de aproximadamente seis meses, após os quais, caso sejam aprovados, poderão integrar o quadro de funcionários do instituto e um de seus diversos serviços.
A greve de nove dias, que resultou no fracasso da ajuda, levou o Ministério Público a iniciar sete investigações sobre as mortes registadas, uma das quais está agora em arquivo. O resultado de uma investigação sobre o mesmo incidente realizada pelo Inspetor-Chefe de Atividades de Saúde não é claro.
Mesmo que ocorresse uma nova greve, Rui Lázaro descartou a possibilidade de esta ter o mesmo impacto de há dois meses, quando não foram prestados serviços mínimos.
O PÚBLICO perguntou ao Ministério da Saúde o motivo do atraso mas não obteve resposta até ao momento. Comunicação MO