Sindicatos lamentam insistência do governo em recorrer a empresas privadas para retomar cirurgias – Sociedade

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) lamentou quarta-feira a insistência do Governo em recorrer aos setores privado e social para a reabilitação cirúrgica não oncológica, alegando que a solução passa pela exclusividade dos profissionais de saúde.

Em comunicado, o sindicato sublinha que “minimizar o problema das listas de espera para cirurgias passa, entre outras soluções, pela exclusividade dos profissionais de saúde que trabalham no Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

A posição do SEP surge na sequência da publicação, esta quarta-feira, no Diário Oficial da União, de um decreto que determina que os hospitais que recebam utentes transferidos de outras unidades para cirurgias não oncológicas devem iniciar a partir da data em que o paciente é submetido à cirurgia, no prazo de 45 dias.

O decreto altera outro decreto emitido em novembro do ano passado, que aprovou regime especial para utilização dos setores social e privado para retomada das atividades assistenciais cirúrgicas quando se esgotar a capacidade de resposta das unidades do SUS.

No decreto de novembro, o governo estipulou que todos os usuários deverão cadastrar a data de agendamento da cirurgia até 31 de dezembro de 2024, e a cirurgia deverá ser realizada até 31 de agosto de 2025.

Para a SEP, com as alterações previstas no decreto publicado esta quarta-feira, o Ministério da Saúde “reconhece a incompetência dos setores privado e social, mas insiste em encontrar soluções e auxiliá-los através do alargamento de prazos”.

Segundo o sindicato, as alterações aos planos mostram agora que "as questões das filas só podem ser melhor resolvidas com o fim da relação mista entre os sectores público e privado" porque "prazos alargados e outros factores irão condicionar - uma vez que são os mesmos pessoas que realizam cirurgias nos setores público, privado e social.

O SEP lamenta ainda que os pacientes que aguardavam por cirurgia há mais tempo do que o tempo máximo de resposta garantido e que, ao abrigo do decreto anterior, estavam previstos que tivessem cirurgia agendada antes do final de 2024, antes do final de agosto, vejam agora o prazo ainda prorrogado. novamente. Um mês e meio.

Num certificado publicado quarta-feira e assinado pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins, o governo reconheceu que uma avaliação preliminar do programa indicava a necessidade de revisão e prorrogação do prazo previsto.