Sindicato dos enfermeiros retoma conversa com tutores sobre acordo coletivo de trabalho

Uma plataforma que reúne cinco sindicatos de enfermagem reuniu-se hoje com o Ministério da Saúde para iniciar o processo de negociação de um acordo coletivo de trabalho que irá regular os direitos e obrigações laborais da classe, segundo fontes sindicais.

A reunião surge na sequência do acordo alcançado em setembro de 2024 pela Plataforma Tutelar e Sindical – Compromisso de Enfermagem, que reúne o Sindicato dos Enfermeiros, o Sindicato Independente dos Enfermeiros Aliados, o Sindicato Nacional dos Enfermeiros, o Sindicato Independente dos Enfermeiros Profissionais e a União Democrática dos Enfermeiros Portugueses. .

"Esta é uma reunião agendada como parte de um compromisso partilhado com o Ministério da Saúde para fortalecer a profissão de enfermagem. ” disse à agência Lusa o presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Pedro Costa, no final da reunião, juntamente com a secretária de Estado para a Gestão da Saúde do Ministério da Saúde de Lisboa, Cristina Vaz Tome, e a secretária da Administração Pública, Marisa Garrido.

Pedro Costa disse que a primeira reunião do ano foi para dar um “primeiro arranque” às negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), uma vez que “o enfermeiro é a única profissão do setor da saúde sem acordo coletivo de trabalho” e a situação precisa de ser resolvida rapidamente.

"Disse que isto suscitou uma série de circunstâncias que tiveram de ser revistas, como os dias de licença, citando o exemplo de alguns enfermeiros que tiveram mais dias de licença por serem funcionários públicos, enquanto aqueles com contrato de trabalho individual tiveram menos dias de licença.

Há também necessidade de regular horários de trabalho, períodos de descanso e situações que “devem ser típicas mas não típicas”, disse, alertando que cada vez mais profissionais sairão do país “se o SNS não estiver regulamentado”.

"Os enfermeiros são a espinha dorsal de qualquer sistema de saúde. Sem acordos colectivos de trabalho iremos desregulamentar e aumentaremos a contratação de enfermeiros do sector privado, o que não é o nosso propósito”, insistiu.

Os dirigentes sindicais consideram que é também necessário estar atento à aplicação do decreto de 19 de dezembro de 2024, que altera o regime especial da profissão de enfermagem, o regime da profissão de enfermagem nas entidades públicas empresariais e parcerias de saúde, bem como o correspondente salário escalas.

"O acordo começa com a progressão profissional, ou seja, a aprovação do Decreto n.º 211 de 2024, que é o primeiro passo, mas desde logo há que considerar uma série de circunstâncias em que este diploma será aplicado”, argumentou.

O sindicato lembrou ainda à secretaria a necessidade de orientar para que os diplomas sejam válidos para todos os enfermeiros, independentemente da categoria.

Pedro Costa disse que a próxima reunião deverá realizar-se dentro de três semanas, devendo os sindicatos apresentar uma proposta preliminar sobre o que pretendem negociar, a começar pela organização dos horários de trabalho.