Por quanto tempo você consegue se concentrar em uma tarefa? Você realmente faz apenas uma coisa, seja estudar, escrever um relatório ou ler este artigo (importante!)...?
Você sabe, as pessoas ficam em média 45 segundos. Há vinte anos, eram dois minutos e meio. A capacidade de atenção humana caiu 70%. Os dados são de um estudo publicado na revista Science fronteira cognitiva.
O que causou essa mudança?
Vivemos numa época cheia de estímulos: telemóveis, redes sociais, aplicações de mensagens... Ele tentou listar quantas tarefas (algumas não urgentes) estão incluídas no nosso trabalho diário, e depois mergulhamos nelas quase sem nos apercebermos.
“Antes, conseguíamos nos concentrar por períodos mais longos. Por exemplo, quando você ia para o trabalho, seu telefone não vibrava a cada dois segundos (…)”, diz Ana Carolina Souza, neurocientista e sócia da Nêmesis, Neurociência Tecidual Brasileira. Souza diz que muitas escolhas levam à distração, o que reduz nossa capacidade de nos concentrarmos em uma tarefa.
Por exemplo: Se você receber uma nova mensagem ao responder um e-mail, sua atenção será atraída para a notificação. Como resultado, você perde o foco na atividade original e passa para algo novo. O resultado: o cérebro tem dificuldade em se concentrar em uma única tarefa. Por exemplo, o acesso constante às redes sociais pode causar fadiga cerebral.
“Muitas vezes nos distraímos com muitas informações e não temos paciência para focar em conteúdos aprofundados”, afirma Letícia Rodrigues, psicóloga e conselheira de carreira de Fiorire.
Como isso impacta o trabalho diário? As consequências negativas são inúmeras, vou listar algumas aqui:
procrastinação
Pessoas que têm dificuldade de concentração tendem a adiar tarefas e demorar mais para concluir projetos, disse Rodriguez. Com isso, explica Souza, acabamos evitando coisas complexas ou menos interessantes e que exigem concentração.
baixa produtividade
Interromper o fluxo de uma atividade para verificar e-mails ou mensagens pessoais pode atrasar a entrega da tarefa. Távira Magalhães, Diretora de Recursos Humanos da Sólides, comenta que aqui o problema não é verificar as mensagens, mas sim atrasar tarefas devido a demasiadas pausas.
impaciente
Busca constante por conteúdos curtos devido à dificuldade de concentração. Como resultado, muitas pessoas não conseguem assistir a palestras ou participar de discussões profundas e complexas devido ao tempo necessário, disse Souza.
Mas... nem tudo está perdido! A boa notícia é que a desatenção pode ser melhorada. Aqui estão algumas dicas práticas sobre como fazer isso.
Analise seu dia a dia
Tente descobrir o que está distraindo você. Muito tempo de tela? Você recebe muitas mensagens? Você usa muitos aplicativos?
Em seguida, desenvolva uma solução. Excluir aplicativos, definir limites de tempo no telefone e silenciar mensagens podem ser opções interessantes. Isso reduz a irritação desnecessária.
dorme bem
Para quem quer ter um bom foco no dia a dia, um bom sono é o primeiro passo. “Quando você dorme melhor, você passa a ter melhor controle sobre seu comportamento”, explica o neurocientista Souza.
faça uma pausa
Construir intervalos entre as tarefas é importante para iniciar novas atividades com mais foco. Por isso, reservar alguns minutos para descansar entre as tarefas é bem-vindo, afirma Magalhães.
Integre hobbies na vida diária
Se você gosta de jogos, os jogos de tabuleiro são uma ótima maneira de treinar sua concentração. “Você se envolve em uma atividade que ajuda você a se concentrar por mais tempo, fazendo algo de uma forma divertida”, disse o neurocientista. Eles também ajudam a construir o pensamento lógico e a colaboração, disse Souza.
Ler é outro ótimo exercício. “Você precisa se concentrar por um tempo para entender, seguir e imaginar.” Você não precisa começar com um livro de 500 páginas. Escolha um artigo, vá até uma coluna e leia alguns capítulos.
sistema operacional PassatempoAlém de auxiliar na concentração, também podem servir como pausa mental.
“Se fico horas na frente de uma tela, ou assistindo o mesmo assunto por muito tempo, meu cérebro não descansa porque gasta muita energia tentando ficar conectado”, comentou Rodriguez.
Exclusivo PÚBLICO/Folha de S. Paulo
Nota do editor: O PÚBLICO respeita a composição do texto original, com exceção de algumas palavras ou expressões não utilizadas em português.