SantaCasa. Ex-subfornecedor abandona “internacionalização de jogos”

Fernando Paes Afonso, antigo vice-presidente da Basílica da Misericórdia de Lisboa, onde desempenhou funções de 2002 a 2005 e de 2011 a 2016, garantiu que nunca tinha falado sobre a internacionalização do processo olímpico.

Fernando Paes Alfonso, que hoje reside no Brasil, regressou a Portugal para integrar a comissão parlamentar de inquérito à gestão da Santa Casa, onde deixou claro que ainda não começou a expandir o jogo social a nível internacional , um dos Um dos pontos centrais da investigação é a vontade da Câmara de fazer algo em relação à gestão financeira da Santa Casa. “Nunca houve qualquer discussão sobre a internacionalização das Olimpíadas”, disse ele.

Por exemplo, quando questionado por um representante sobre a Santa Casa Global, que foi criada à medida que o jogo se expande para o Brasil, Fernando Paes Alfonso disse que não conhecia a entidade e que só soube dela “pela mídia”.

O antigo vice-provedor afirmou também ser contra a liberalização do jogo online, processo que disse ter sido provocado por acordos assinados durante a era da Troika pelo governo de José Sócrates.

Fernando Paes Alfonso disse que o governo de José Sócrates ofereceu um valor de 500 milhões de euros no âmbito dos seus compromissos com a Troika, mas a sua posição sempre foi a de defender o “modelo restritivo”. Para o antigo responsável, a regulamentação do jogo online “deveria ser da exclusiva responsabilidade da Santa Casa da Misericórdia”.

O antigo vice-provedor esclareceu que a decisão da SCML de não entrar no sistema de licenciamento de jogos online foi sua e foi “unânime na mesa” e que não se arrepende. “Esta é a melhor decisão para o país português e para a Santa Casa”, afirmou.

Fernando Paes Afonso explicou que se opôs à possibilidade de a SCML solicitar uma licença para operar online devido “ao receio de que, ao tomar esta decisão, Portugal corresse o risco de perder o TJUE ou de obter uma decisão negativa do TJUE para justificar a manutenção do monopólio”. O Jogo Social das Nações.”

Os membros da Provedoria da Santa Casa recordaram uma reunião que teve com o então primeiro-ministro Pedro Passos Coelho sobre jogos online. Na altura, as restrições do Governo “à luz dos compromissos assinados com a Troika” foram esclarecidas de forma “transparente”. Após esta reunião, Fernando Paes Alfonso lembrou que o Congresso da República aprovou o chamado imposto especial sobre o jogo online. “Na altura pensava-se que a taxa de imposto era elevada para limitar a expansão do jogo online, mas eventualmente a lei foi alterada em 2017 e 2020 e a taxa de imposto foi reduzida”, sublinhou.

A situação financeira da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa em 2011 estava “relativamente equilibrada”, segundo Fernando Paes Afonso, mas apontou para detalhes que já prenunciavam o futuro.

O ex-vendedor associado falou de duas situações encontradas: “tendências crescentes no jogo social e nas vendas” e “aumento de despesas” resultantes da “transferência do governo da responsabilidade de cerca de 30 edifícios e mais de 680 funcionários para a Santa Casa”, Fernando Paes Alfonso disse que isso fez com que “a gestão da situação financeira futura menos equilibrada e sustentável”.

Além da internacionalização, o antigo vice-provedor lembrou ainda a relação que a Santa Casa e a SOJOGO mantêm em Moçambique.

Lucros nunca obtidos pela SOJOGO e 1 milhão de euros entregues a Moçambique

Fernando Paes Afonso disse que embora fosse provedor associado da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, não tinha “nenhum negócio fora de Portugal”.

O antigo administrador da SCML lembrou primeiro que Moçambique era uma das províncias que tinha uma delegação do Ministério do Jogo da Santa Casa antes da independência, e posteriormente o governo decidiu manter a cooperação com os países de língua portuguesa, nomeadamente a SOJOGO – desta vez em Moçambique.

Segundo Fernando Paes Afonso, a Santa Casa disponibilizou fundos à SOJOGO durante o mandato de Maria José Nogueira Pinto como Provedora de Justiça. Nessa altura, as máquinas entregues à SOJOGO eram utilizadas para jogos que já não eram utilizados em Portugal.

No entanto, o antigo vice-fornecedor informou que quando assumiu a SOJOGO em 2011, a situação na SOJOGO era “muito difícil”. Fernando Paes Afonso argumentou que o objetivo da participação de Portugal na SOJOGO não era trazer lucros para Portugal e que o negócio nunca tinha sido rentável. “Todos os lucros que eu obtiver irão para projectos em Moçambique e infelizmente não é possível obter lucro. O negócio não é rentável”, disse.

Fernando Paes Afonso admitiu mesmo que, enquanto provedor-adjunto, a Santa Casa “prestou à SOJOGO uma garantia de 1 milhão de euros”, valor necessário para conceder um empréstimo de um banco moçambicano para reequilibrar a conta.

O ex-provedor-adjunto esclareceu ainda aos delegados que embora fosse responsável pela SOJOGO em Moçambique, não recebia qualquer remuneração pelo cargo. “Nunca recebi qualquer remuneração como administrador da SOJOGO”, disse ele.

Apostar em corridas de cavalos? “Nem um único euro foi investido quando estive lá”

Segundo o Público, o projeto das corridas de cavalos custou 8,4 milhões de euros mas nunca arrancou. Questionado sobre o projeto, Fernando Paes Afonso garantiu que “nem um único euro foi investido em corridas de cavalos” durante o seu mandato como provedor da SCML.

O antigo vice-inspetor esclareceu que iniciou este procedimento em nome do Estado e preparou as condições para o lançamento das apostas hípicas, mas que interrompeu a sua missão no processo em janeiro de 2016. Naquela época, Fernando Paes Alfonso optou por desocupar o cargo por acreditar ocupar um cargo de “confiança política” devido à mudança de governo do Partido Social Democrata para o Partido Social Democrata que o levou à decisão de sair. SCML.

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