A produção de vinho certificado no Algarve ultrapassou o recorde das últimas duas décadas e atingiu os 2 milhões de litros, consolidando o impulso positivo do setor na região, afirmou hoje o presidente do Conselho Vitivinícola do Algarve (CVA).
Sara Silva participou hoje numa audição perante a Comissão de Agricultura e Pescas do Parlamento da República, juntamente com os dirigentes das restantes cinco comissões vitivinícolas do país, no âmbito de um grupo de trabalho sobre o sector, e no final falou com Agência Lusa de Notícias sobre os resultados da última colheita e principais temas abordados.
O presidente da CVA classificou a atividade 2024-2025 como “muito positiva”, “tanto em qualidade como em quantidade”, depois de os produtores terem tido “um ano recorde face à atividade dos últimos 20 anos”, acrescentando que “ambos os dez mil litros ."
Sublinhou que este valor é “bastante importante” para a evolução das indicações geográficas e denominações de origem algarvias da região de Lagos, Portimão, Lagoa e Tavira nos últimos anos.
"Contamos com cerca de 60 agentes económicos e terminamos efectivamente o evento com este número, com uma grande mudança ao nível dos vinhos brancos e dos vinhos rosés, que têm vindo a aumentar gradualmente em linha com as necessidades dos nossos consumidores, especialmente são aqueles e as pessoas que visitar o Algarve”, disse.
O dirigente máximo da CVA referiu que a maior parte do consumo de vinho no Algarve ocorre na primavera e no verão, havendo grande procura por produtos como os vinhos brancos e rosés, embora os vinhos espumantes também sejam “cada vez mais cultivados”, adianta a Câmara do Algarve. desde 2020.
"A nossa casta autóctone, a Negra Mole, tem um papel cada vez mais importante na produção”, elogiou, sublinhando que o Algarve está a vender os seus produtos (principalmente da região) através do canal Horeca (hotéis, restaurantes e tapas). bar)/negócio).
Sara Silva destacou ainda o “enorme impacto” do enoturismo na produção de vinhos certificados no Algarve, que vende produtos de “valor acrescentado” nas quintas e onde os visitantes podem obter “experiências” no âmbito da produção de vinho.
"Os nossos dados mostram que cerca de 70% é vendido na região, sendo o restante no mercado nacional, com ligeiras oscilações de ano para ano, variando de 12% a até 15% para determinados tipos de exportações”, quantificou.
O responsável esclareceu que as exportações estão “concentradas nas mãos de poucos produtores” porque a maioria dos produtores “vende todos os seus produtos dentro das suas próprias regiões”.
Os produtores certificados do Algarve tiveram, portanto, um “bom ano”, fruto também das “novas áreas de vinha” abertas nos últimos anos e de novos produtores, que passaram de 30 em 2017 para as atuais 61 famílias, disse famoso.
Sara Silva destacou a dinâmica do setor no Algarve, que se destaca mais pela qualidade e autenticidade do que pela quantidade e é um dos poucos no país que tem crescido «significativamente, cerca de 20%», enquanto outros setores lutam para “estocar” muito vinho ou não produzir o suficiente.
Referindo-se à audição de hoje no Parlamento, Sara Silva lembrou aos deputados que “aumentam o controlo dos vinhos e dos vinhos importados de outras partes do país” porque o excesso de stocks verificado noutras regiões “em Al Garvey ainda não se tornou uma realidade” afetando a produção em o Algarve de “forma indireta”.
"Se houver muito vinho no mercado e o Algarve for a porta de entrada para uma vasta gama de vinhos, então a parte mais económica também irá descer, porque os vinhos de outras regiões vendem-se por muito menos que nós e a nossa concorrência aqui é maior e mais grande. Por causa deste problema indireto, é difícil vender os nossos vinhos”, concluiu.