Processo explosivo contra a AIMA paralisou os tribunais de Lisboa. 21.526 pessoas em dois meses Justiça |

Os artigos da equipe do PÚBLICO Brasil são escritos na variante do português falado no Brasil.

Acesso gratuito: Baixe o aplicativo PÚBLICO Brasil no Android ou iOS.

O Tribunal Administrativo de Lisboa, que abrange a capital e as ilhas de Portugal, foi soterrado por processos judiciais contra a Agência de Integração, Imigração e Asilo (AIMA), que não cumpriu uma série de decisões dentro do prazo estabelecido. O maior problema está nos funcionários judiciais, que bloqueiam a notificação das decisões dos juízes, mesmo as classificadas como urgentes. Segundo a assessoria de imprensa do Supremo Tribunal Administrativo (STA), estes problemas “não são causados ​​pelos tribunais”, que são causados ​​por falhas no setor informático e escassez de servidores.

Dados fornecidos ao PÚBLICO Brasil pelo Supremo Tribunal Administrativo mostram que só no Tribunal Administrativo de Lisboa foram instaurados 10.046 processos judiciais contra a AIMA no passado mês de outubro, uma média de 436,8 processos por dia. Foram 11.480 novos casos em novembro, com média diária de 574. De um mês para o outro, o preço das ações subiu 14,3%. As informações de dezembro ainda não foram consolidadas. A ação contra a AIMA decorre de uma resposta tardia a um pedido de imigração para autorização de residência em Portugal. Existem aproximadamente 450.000 casos pendentes.

“É sabido que os recursos humanos do tribunal são insuficientes para responder aos cidadãos com a rapidez esperada. O próprio tribunal está sujeito a restrições orçamentais e os sistemas informáticos nem sempre funcionam adequadamente, o que dificulta ainda mais a resposta atempada às entidades e aos cidadãos”, afirmou. O gabinete da Suprema Corte disse em um comunicado divulgado no relatório. “Além destes problemas, há dificuldades no recrutamento competitivo iniciado pelo Ministério da Justiça”, acrescentou.

Segundo cálculos do STF, 33 dos 45 policiais judiciários que deveriam atuar no Tribunal Administrativo de Pernambuco estão trabalhando atualmente. Dos 12 colaboradores ausentes, seis estão em dispensa permanente. Além disso, apenas um dos cinco escriturários está trabalhando normalmente e sete dos 21 escriturários adjuntos estão ausentes.

AIMA falha

No entanto, o STF garantiu que foram feitos esforços para superar gargalos e responder à sociedade. O movimento neste sentido visa, em primeiro lugar, a sexta categoria de processos – convocações para defesa de direitos, liberdades e garantias – sobretudo contra “os chamados processos AIMA”, uma vez que “muitas reclamações foram apresentadas aos tribunais”. o Alto Comissariado dos Tribunais Administrativos e da Autoridade Tributária e reporta diretamente ao Presidente do Tribunal". A denúncia menciona "atrasos, nomeadamente por falta de ordens preliminares de admissão/intimação" às quais foi dada "prioridade absoluta".

No que diz respeito aos advogados, enquanto a AIMA continuar a falhar, serão tomadas cada vez mais acções para proteger os direitos dos imigrantes. “Hoje não é possível realizar agendamento no posto de atendimento de imigração da agência. Fábio Pimentel, advogado do Escritório CPPB Advocacia, ressalta que o único recurso para obter esse atendimento é o tribunal. Segundo a advogada Tatiana Kazan, o A exigência atual para ação judicial é a obtenção do cartão de residência parcial. Quem passou pelo Centro Missionário da AIMA “como é impossível receber esses cartões, a única forma de recorrer à Justiça é recorrer à Justiça”, acrescentou.

O governo comprometeu-se a limpar todos os 4,5 lakh processos AIMA pendentes até 30 de junho de 2025. Segundo o presidente da agência, Pedro Bulgaria Gaspar, mais de 150 mil pedidos de residência foram processados ​​desde Setembro passado. Outras 108 mil pessoas tiveram os seus pedidos de residência recusados, mas a AIMA fará um segundo recurso conforme exigido por lei. O advogado Bruno Gutmann lembrou que a agência tem acelerado a assistência aos migrantes nas filas este ano, mas é muito cedo para dizer se as promessas do primeiro-ministro Luis Montenegro serão cumpridas. A limpeza da casa foi concluída no final do primeiro semestre. “Esperemos”, sublinhou.