A Organização Europeia de Patentes (OEP) anunciou esta quinta-feira que Portugal ocupa o 16.º lugar entre os países europeus com investidores mais ativos em start-ups tecnológicas, com Reino Unido, França e Alemanha no topo da lista.
Segundo relatórios publicados, entre 2000 e 2023, o mercado nacional registou 1.450 transações e investimentos no valor de 3,6 mil milhões de euros.
Estes números colocam Portugal à frente de países como a República Checa, Croácia, Luxemburgo, Chipre ou Grécia.
Os grandes investidores em projetos tecnológicos no país incluem “Portugal Ventures, EIC, EIT Health, Caixa Capital, Startup Braga, Armilar Venture Partners, Shilling VC, Portuguese ESA Business Incubation Center, Eurostars SME Program e Indico Capital Partners”, detalha a OEP.
Estas entidades representam, por si só, cerca de 40% do total dos investimentos no setor tecnológico de Portugal.
O Reino Unido, a França e a Alemanha estão no topo da lista, com um total de 75.800 transações entre 2000 e 2023, arrecadando 392 mil milhões de euros.
De acordo com o mesmo relatório, “Os Países Baixos, a Suíça, a Noruega, a Suécia e a Bélgica também demonstraram elevados níveis de investimento apoiado por patentes, com mais de 240.400 transações cumulativas e um valor de transação de quase 88,5 mil milhões de euros durante o mesmo período”.
A nível global, o estudo mostra que o investimento tecnológico na Europa é impulsionado principalmente por grandes projetos públicos e investidores privados especializados, mas existe uma lacuna de financiamento em comparação com os Estados Unidos.
“Os cinco principais investidores da Rede Europeia de Coinvestidores são grandes entidades públicas especializadas no financiamento de tecnologia, nomeadamente o Conselho para a Inovação Europeia (CEI), o Innovate UK, o programa Eurostar PME, o Bpifrance e o Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia ( imposto de renda corporativo)”.
O Top100 também inclui instituições públicas pan-europeias, como o Banco Europeu de Investimento (BEI) e outras agências nacionais de inovação.
António Campinos, Presidente da OEP, afirmou: “As startups desempenham um papel vital na comercialização de ideias disruptivas que têm grande potencial para estimular o progresso. No entanto, como realça o relatório de Mario Draghi, muitas empresas inovadoras enfrentam barreiras financeiras ao crescimento na Europa”.
O executivo observou ainda que “este défice de financiamento dificulta a transformação da inovação em startups escaláveis, levando os empreendedores a procurar oportunidades no exterior. Colmatar esta lacuna é fundamental para revigorar o crescimento sustentável em toda a Europa”, alertou.
O relatório introduz uma nova métrica – o Technology Investor Score (TIS) – que mede a percentagem de empresas na carteira de um investidor que apresentaram pedidos de patente.