Portugal, que se autodenomina um dos últimos países moderados da Europa, vê a integração dos imigrantes como uma enorme oportunidade, mas com objetivos claros, disse hoje Rui Armindo Freitas, secretário de Estado adjunto da Presidência.
"Portugal não é um país que cede a petições, muros ou deportações, vemos a integração dos imigrantes como uma grande oportunidade, mas só com regras claras, só com um país funcional, podemos garantir um ambiente pacífico para as pessoas daqui também Aqueles que nos procuram”, disse o governante de Ciudad Real.
Rui Armindo Freitas fez uma apresentação à margem do encontro das Unidades Transos Montes e Alto Douro (UTAD) intitulada “Desafios e Políticas de Integração dos Imigrantes – Uma Visão Atlântica”.
"Se chegámos a um ponto em que existe algum tipo de tensão, muitas vezes polarização do discurso, é porque o nosso país está a operar num ponto de ruptura ao lidar com o fenómeno da imigração e expor as pessoas a indignidades”, continuou o Secretário.
Na sua opinião, “o insulto é mau tanto para quem está nesta situação como para quem convive com ela e cria uma postura política extrema em toda a Europa que não conduz a uma sociedade coesa”.
"Por isso acreditamos que este fenómeno deve ser sempre tratado dentro de um amplo espaço de moderação, humanidade e regras claras”, frisou.
Rui Armindo Freitas disse no seu discurso que Portugal é um país que “não abre as portas nem abre as portas”.
"Todos sabem que precisamos de imigrantes, mas não os conseguimos sem quaisquer regras, que é o que tem acontecido nos últimos anos e que levou a uma acumulação de dependência de pessoas que esperam “para sempre” - cerca de 400 mil pessoas apesar de já terem a Segurança Social fez um contribuição, mas ainda tem de ser reconhecida pelo Estado português”, disse mais tarde aos jornalistas.
Ele continuou: “É ruim para eles, é ruim para as sociedades que os aceitam, leva a posições e retóricas extremas, muitas vezes para obter vantagens políticas, e temos uma extrema direita que prospera no caos e no caos. esquerda não está fazendo nada diferente."
O secretário de Estado disse ainda que na próxima semana a Agência para a Integração, Imigração e Asilo (AIMA) cumprirá a meta de realizar 200 mil consultas dos 400 mil processos pendentes.
"Quando dizemos serviço queremos dizer que são pessoas em Portugal mas nada sabem sobre eles. Ficaram vários anos em Portugal sem que ninguém soubesse quem eram, de onde vinham, que antecedentes criminais tinham, a situação em que se encontravam, e agora, graças ao grande esforço da administração pública, AIMA, hoje podemos cobrar de nós Entre as pessoas que chegam, pelo menos saber quem são, onde estão, quais são as suas circunstâncias criminais, e essa é a primeira forma de integração na sociedade”, disse.
Precisamente para ajudar na integração e regularização, nos espaços cívicos das Juntas de Freguesia de Ciudad Real e Lamares, será inaugurado o primeiro posto avançado de atendimento aos imigrantes de Ciudad Real e Bragança.
"Queremos também estar envolvidos de uma forma muito positiva, porque não basta criticar e dizer que o Estado não faz isso, mas o Estado somos todos nós”, defendeu o autarca, explicando que o acordo com a AIMA foi assinado e o que resta O melhor é instalar a corda de segurança.
Segundo explicou, os agendamentos serão feitos pela própria AIMA, que também analisará o processo.
"Atualmente, por exemplo, os migrantes de Ciudad Real ou de Bragança para se dirigirem a estas agências têm de se dirigir ao Porto ou a Viseu”, disse.
A conferência sobre migração foi promovida pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Regional (APDR) e teve como objetivo envolver a sociedade civil na análise e debate sobre a integração dos migrantes em Portugal.