A construtora do Terminal Intermodal da Campaja (TIC) pediu ao tribunal que peça à sociedade municipal Gestão e Obras do Porto (GO Porto) o pagamento de 6,7 milhões de euros por obras adicionais, segundo processo conhecido à agência Lusa.
De acordo com uma ação movida pela construtora Alexandre Barbosa e Borges (ABB) no Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) do Porto em 8 de janeiro, o litígio centra-se em obras adicionais que a empresa afirma terem sido realizadas ao abrigo do contrato TIC mas não pagas. pela empresa municipal GO Porto.
Os 6,7 milhões de euros reclamados pelo tribunal incluem ainda juros de mora.
“No âmbito da execução da obra contratada, o contrato foi modificado, resultando na execução de uma obra adicional que não foi objecto de qualquer contrato adicional e que a demandante (ABB) realizou (ao Porto) a pedido do réu", afirmou a construtora na defesa do processo.
“Houve também erros e omissões em projetos pelos quais o réu era responsável, que resultaram na necessidade de trabalho adicional para o seu fornecimento, bem como trabalho adicional realizado pelo autor como resultado de variações ou alterações no projeto”, disse a ABB. O projeto".
A ABB disse que a GO Porto “fez deduções nos registos de vistoria que eram inconsistentes com o estado real dos trabalhos executados” e que a empresa municipal “mantinha uma posição irredutível e recusou-se a executar formalmente tais trabalhos” e pagar, “apesar da contínua solicitação da construtora”. ".
Ao longo do processo contratual, as partes assinaram contratos adicionais, mas “os réus cometeram numerosos erros e omissões no projeto, e os réus prontamente apresentaram reclamações, resultando na execução de trabalhos adicionais que não foram objeto de quaisquer contratos adicionais”. resumindo, o valor total foi de 3.602.779.561€.
A ABB também reivindica 1,4 milhões de euros para outras obras suplementares e mais de 100.000 euros relacionados com um parque "multi-idade" (infantil e desportivo), árvores e arbustos e passadiços de madeira perto do terminal.
A construtora sediada em Braga afirma também ter reposto o equilíbrio financeiro “referindo-se a um período de obra mais alargado”, neste caso 403 dias no valor de 1,5 milhões de euros.
“O contrato TIC foi finalizado, recebido e as correspondentes contas finais preparadas e assinadas”, disse à Lusa fonte oficial da Câmara Municipal do Porto.
"De facto, a GO Porto e a ABB discordaram ao longo da execução do contrato sobre se existiam obras denominadas obras suplementares, nomeadamente no caso de erros e omissões. Se o proprietário não reconhecesse essas obras, não havia qualquer obrigação legal para que eles modifiquem o contrato”, disse uma fonte municipal.
Para a Câmara de Comércio do Porto, “a ABB está a exercer os seus direitos caso vá a tribunal exigir pagamentos que entende que lhe são devidos”, referindo que “a GO Porto não tem conhecimento do conteúdo dos processos instaurados porque ainda não sido mencionado".
“No entanto, refira-se que não admite que deva qualquer dinheiro ao empreiteiro. Apresentará os seus argumentos quando lhe for pedido para contestar o processo judicial”, afirmou em resposta à agência Lusa.
O TIC custará aproximadamente 12,6 milhões de euros e servirá mais de 10 milhões de passageiros e mais de 200 mil autocarros até 2024, estabelecendo um recorde anual desde a sua abertura em julho de 2022.
O TIC vai sofrer uma “transformação funcional” que a gestora de terminal STCP Serviços encomendou ao arquitecto Nuno Brandão Costa (autor do TIC), e prevê “alterações funcionais e dimensionais em navios e terminais de embarque” que irão “redefinir o terminal de embarque, entrada e saída pontos e estruturas e infra-estruturas correspondentes”.
A STCP Serviços afirmou que “o objectivo é operar no lado principal conforme inicialmente previsto, evitando assim a passagem de peões”.