Dois dias antes do Parlamento votar a desagregação das freguesias (outras 295 freguesias serão segregadas no outono), o Partido Comunista Português anunciou que irá propor 56 alterações ao projeto de lei, que foi aprovado por seis partidos políticos, incluindo o Sinal do Partido Comunista Português.
Em conferência de imprensa no Congresso da República, Alfredo Maia anunciou que o partido pretendia o apoio dos restantes grupos parlamentares para aprovar estas novas classificações que foram rejeitadas pelo grupo de trabalho, algumas delas por não cumprirem os requisitos legais, Outros porque entraram no país fora dos prazos previstos em lei.
“Grande parte deste conjunto de mais de cinquenta propostas de alteração prende-se com o grande número de procedimentos que alegadamente chegam à Assembleia Legislativa fora dos prazos. Ora, sobre esta questão, o PCP sempre disse que o prazo importante é o início do processo. processo em cada diocese”, disse Alfredo Maia.
No entanto, a maior parte dos processos incompletos não cumpriam um dos critérios, um dos quais era a viabilidade financeira, e foram por isso rejeitados pelo grupo de trabalho que apresentou o seu relatório em dezembro passado. Para o PCP, esta é uma questão que não pode ser factor de rejeição porque vai contra a vontade do órgão governamental local.
“Respeitando a autonomia das autarquias locais, não podemos colocar em risco decisões legítimas. Especificamente, quanto à viabilidade desta ou daquela freguesia, é preciso lembrar que algumas destas freguesias antes não eram viáveis e pode haver algumas que tenham sido aprovado também. Provavelmente não é viável. Mas o problema não está aí, surge da necessidade de rever as disposições legais para o financiamento da diocese”, concluiu Alfredo Maia.
O representante do Partido Comunista pediu aos outros partidos políticos que “reexaminem este processo e aqueles que falharam à escala global e tenham em conta as opiniões dos seus membros à escala local”.
Alfredo Maia deu o exemplo de Braga, onde a política de apartheid diocesano foi aprovada por unanimidade, e o Partido Comunista das Filipinas esperava que os partidos no Congresso da República seguissem as orientações dos colegas do poder local.
“Em Braga, aprovou por unanimidade uma moção apresentada pelo PCP para desagregar as freguesias que já tinham sido aprovadas pelas juntas de freguesia, câmaras municipais, etc., ainda que para um período posterior ao que o partido maioritário entendia”, afirmou Alfred Do Maya.
Em síntese, o PCP entende que estes processos “emanam da vontade clara das pessoas e das instituições paroquiais locais e devem ser aceites”.
O projeto de lei, que será votado na próxima sexta-feira, dia 17 de janeiro, prevê que 132 freguesias serão desagregadas, dando lugar a 295 “novas” freguesias após as eleições autárquicas de setembro ou outubro.