Parlamento elogia aprovação de 302 novas dioceses

Esta manhã, deputados e cidadãos que ocupavam a tribuna da Assembleia da República levantaram-se para saudar a aprovação do projeto de lei que vai criar 302 novas dioceses no país, regressando ao status quo em 2013.

O projeto foi aprovado, com votos a favor de PSD, PCP, PS, CDS, BE, PAN e LIVRE, voto contra da Iniciativa Liberal e abstenção do Chega.

À medida que se chegava a um consenso sobre o projecto de lei, o debate centrou-se na chamada Lei Relwas, que levou ao desaparecimento de 1.168 freguesias.

O deputado socialista Jorge Botelho lembrou que esta reforma “foi feita pelos governantes e pelas praças sem ter em conta a vontade do povo” e foi o governo de António Costa que abriu a porta à votação parlamentar sobre esta questão em 2021. Classificação das freguesias hoje.

O PSD discorda, argumentando que dos mais de 1.000 estados que foram dessegregados, apenas 188 instituíram agora procedimentos de dessegregação.

A deputada Olga Freire afirmou mesmo que a reorganização administrativa não foi “feita pelo governo Passos Coelho” mas foi iniciada por José Sócrates.

“Não foi o governo de Passos Coelho quem tomou a iniciativa na reorganização administrativa territorial das dioceses, mas sim o governo de Sócrates que propôs a fusão das dioceses à Troika. que ao aumento foram acrescentadas 1.168 dioceses, enquanto apenas foram acrescentadas 188 e foi proposto um procedimento especial de substituição”, disse o deputado social-democrata.

À esquerda, o PCP entendeu que a lista tinha de ser aumentada e apresentou mais de 50 propostas de aumentos, porque os comunistas acreditavam que o parlamento devia cumprir a vontade do povo e das instituições locais.

O deputado Alfredo Maia desafiou o PS e o PSD a seguirem a orientação dos dirigentes locais na votação em cada freguesia.

“Deixamos o desafio aos social-democratas e aos socialistas para que não seja desperdiçada a oportunidade de devolver a todas estas freguesias o estado defendido pelo seu povo e pelos seus corpos”, afirmou Alfredo Maia.

O representante socialista Jorge Botelho acusou os comunistas de sedição. Jorge Botelho afirmou: “Trata-se de uma atitude incompreensível e inflamatória, que pretende agradar a todos e obrigar o plenário a votar a proposta, quando na verdade, por flagrante ilegalidade, estas propostas não deveriam ser aceites pela direcção.”

A proposta do PCP de uma alteração para desagregar mais de 50 freguesias foi aprovada por uma comissão parlamentar, mas antes da votação o Partido Liberal lançou um apelo e contou com o apoio do PSD, PS, CDS, Chega e parlamento para bloquear com sucesso a voto. PCP, BE e Livre votaram contra.

O Bloco de Esquerda concorda com a afirmação do PCP e de Joana Mortágua durante o debate de que o Parlamento deve aceitar todos os procedimentos que lhe sejam submetidos e que surjam da vontade do povo.

“A nossa posição é que todas as dioceses que manifestam a vontade popular ao Parlamento têm o direito de existir. Não devem estar vinculadas a critérios de prazo, não devem estar vinculadas a critérios financeiros e não devem estar vinculadas a interesses partidários”, afirmou Joana. Mortágua.

Durante o debate, apenas a Iniciativa Liberal levantou objecções ao projecto, enquanto Mariana Letang acusou todos os partidos de quererem criar mais cargos e aumentar o peso do Estado

“Mais paróquias significa mais cargos, mais assentos e tudo pago pelos contribuintes. Em vez de termos dioceses mais fortes e organizadas, voltamos a uma estrutura pesada e ineficiente”, disse Liberty, o líder parlamentar da iniciativa.

O Chega tem criticado o processo legislativo e a escolha das listas de freguesias e tem sido desafiado por vários partidos a anunciar a votação. Depois de muita insistência, o Chega anunciou que se absteria na votação.