"oh O contrato de concessão nunca especificou o tamanho desproporcional de alguns dos painéis, nem a sua localização. Além disso, é evidente que nenhuma destas condições poderá ser cumprida quase três anos antes de o novo regime de concessões entrar em vigor e antes de o município o implementar e fiscalizar”, sublinhou o PS/Lisboa em comunicado.
O ACP anunciou hoje que a dimensão dos segundos avisos e dos painéis de publicidade digital nas restantes zonas de Lisboa será “significativamente reduzida”, na sequência de um acordo com a Câmara Municipal liderada por Carlos Moedas (PSD) e as empresas JCDecaux e MOP.
O acordo foi aprovado pelo Tribunal Administrativo de Lisboa depois de o ACP ter proposto medidas cautelares para proibir a instalação de até 125 grandes painéis publicitários nas principais vias de circulação da cidade por representarem um “risco para a segurança rodoviária”, segundo o ACP.
No centro da disputa está o contrato de concessão da JCDecaux para instalação e exploração de publicidade em Lisboa, aprovado pela Câmara Municipal em setembro de 2022 (embora o processo tenha sido iniciado na autarquia anterior) por um período de 15 anos, e a empresa In Em contrapartida, a cidade recebeu “uma remuneração anual de 8,3 milhões de euros”.
O PS/Lisboa sublinhou na mesma nota que “Carlos Modas decidiu instalar 100 metros quadrados de painéis, como os que ficam em frente ao estádio do Benfica, sem qualquer intervenção da Agência Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR)”.
“O painel só foi colocado no segundo aviso depois de a Infraestrutura Portugal (IP) ter recusado instalar o painel no eixo norte-sul, com uma área quatro vezes maior do que a que a concessionária inicialmente solicitou a IP considerou que isso era um problema. Os socialistas sublinharam ainda. que “na questão da segurança rodoviária, a CML viu uma oportunidade de negócio e usou a habitual ladainha de culpabilidade do PS quando os casos se tornaram controversos”.
“Ficou hoje claro que a Câmara de Comércio de Lisboa pode e sempre pode alterar a posição dos painéis. Isso é incompetência e descuido da equipa da Carlos Modas que aceitou dimensões muito acima da média prevista no contrato”, acrescentaram, negligência na monitorização da execução do contrato resultou em condições inaceitáveis em algumas das principais estradas da cidade.
Para os socialistas, este acordo com os ACP “não resolve o problema fundamental que é que a execução do contrato se faz com os pés”.
“Dada a oportunidade de reduzir o tamanho do ecrã principal, Carlos Moedas vai permitir a instalação da mesma estrutura de 100 m2 no viaduto Duarte Pacheco, com um ecrã de altíssima definição e todos os problemas inerentes. sublinhou que a ANSR procura o parecer das autoridades de segurança junto das entidades competentes. O acordo alcançado com a ACP nada mais é do que uma reestruturação do contrato de Carlos Moedas para manter o jogo inalterado.
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