A Ordem dos Médicos (OM) considera que o Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) não consegue assegurar a formação de 10 médicos estagiários especialmente formados que “terão de sair”.
Sérgio Lemos
Hoje, Paul Simons reuniu-se com vários médicos do hospital e transmitiu a decisão aos jornalistas no final da reunião, que contou com a presença dos presidentes do Conselho Nacional de Médicos, José Durang e Fernando Pereira. O Conselho Nacional de Pós-Graduação também esteve presente.
Fernando Pereira disse ainda aos jornalistas que os médicos residentes já querem sair e tem havido pedidos de transferência de alguns deles para outros hospitais. “Não é apenas uma aplicação da ordem, é a sua própria intenção de proteger a sua formação médica”, disse ele.
Paulo Simões lembrou que o problema estava na fase final, que se arrastava desde setembro passado, envolvendo os serviços cirúrgicos do hospital Amadora Sintra. No final de outubro, 10 cirurgiões deixaram o hospital após outros dois médicos denunciarem mau comportamento no serviço, o que ainda não foi confirmado.
O responsável disse ainda que, em setembro passado, alertou a direção hospitalar para o risco de “colapso dos serviços” face ao potencial regresso de dois médicos que saíram por problemas de mobilidade, mas disse que o juiz de direito administrativo não teve este aviso acatado. A ameaça de saída dos médicos não se concretizará.
A realidade, disse hoje, é que o serviço “efetivamente desapareceu” em janeiro. Para piorar a situação, em Novembro do ano passado a direcção da Escola Superior de Cirurgia Geral avaliou a capacidade formativa do serviço e constatou que “o hospital não tem requisitos mínimos para a formação de formandos em formação especializada em cirurgia geral”.Segundo o responsável, vários órgãos da OM responsáveis por este trabalho “fizeram uma análise aprofundada” da situação, e todos consideraram que o hospital não poderia assegurar esta formação.
Paulo Simões disse que o regulador deverá avaliar as condições de atendimento às pessoas que atualmente recebem serviços cirúrgicos no Hospital Amadora Sintra. Segundo ele, o serviço atualmente não consegue garantir o número de cirurgias porque o quantitativo de especialistas passou de 27 para sete. Ele também disse que estava informalmente ciente de que a cirurgia havia sido adiada e que o departamento de oncologia estava preocupado com o fracasso da operação.
Ele reconheceu que o futuro depende da capacidade do hospital em atrair especialistas. Quanto à data de libertação do preso, disse que agora é um processo burocrático e administrativo.
FP // Sue
Lusa/fim
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