Carlos Cortes disse que a taxa de mortalidade infantil em Portugal era de 2,5 por cada 1.000 nascimentos em 2023, abaixo da média da UE (3,2). e ficou em nono lugar entre 27 países.
O vice-diretor do Chega, Rui Cristina, afirmou no seu discurso que morreram 261 bebés com menos de um ano em 2024, o que considerou “um aumento significativo face às 219 mortes de 2023”.
Mas disse que a situação é “particularmente preocupante” nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo, onde as mortes fetais e neonatais quase duplicaram em 2023, aumentando mais de 106 em relação ao ano anterior, para um total de 238.
Perante estas declarações, o presidente da Ordem dos Médicos disse que a situação mais preocupante é na Península de Setúbal, onde a taxa de mortalidade infantil é de 3,7 por cada 1.000 nascimentos, superior à média europeia, comparativamente a 2 na Grande Lisboa. ,6 por 1.000 nascimentos.
"Há aqui uma grande diferença. Acho que isto merece atenção, acompanhamento e mais cuidado por parte do Ministério da Saúde, da Direção Geral de Saúde e, enfim, de todas as entidades, nomeadamente associações médicas, que podem ter aqui um papel importante", ele enfatizou explicar.
Carlos Cortés referiu que não quis menosprezar o que aconteceu nos últimos anos, dizendo que os dados nacionais reflectem que Portugal é “um dos melhores países, não só neste aspecto, mas também em termos do sistema de saúde e do fundamentalmente bom O mesmo vale para a enfermagem." ”, mas é preciso mantê-los.
Contudo, Carlos Cortes manifestou preocupação com os últimos dados sobre a mortalidade infantil relativos a 2024, mas disse não ter todos os dados necessários para fazer uma “análise mais profunda e completa”.
Para o presidente, os dados são particularmente importantes por duas razões: “Primeiro, com base nos próprios dados, a morte de uma criança é sempre um acontecimento absolutamente dramático” e é “absolutamente necessário” estudá-lo e analisá-lo num “caso -caso a caso." Em segundo lugar, porque “são um espelho da qualidade dos cuidados de saúde em Portugal e fundamentalmente da qualidade dos serviços de saúde do país”.
Carlos Cortes reiterou a necessidade de a Direção-Geral da Saúde criar uma comissão de peritos, incluindo associações médicas, para acompanhar e avaliar estas situações.
“Temos que avaliar o que aconteceu nos últimos anos. E nesse sentido, se observarmos tendências na mortalidade infantil, nunca ficarei tranquilo porque para mim a morte já é uma coisa dramática que merece ser monitorada, mas fundamentalmente o A tendência que surgiu desde o pico em 2018 é uma tendência de estabilização e de declínio”, sublinhou.
No entanto, pediu “um pouco de cautela, um pouco de cautela”, defendendo que é preciso esperar pelos dados finais antes de fazer uma avaliação e traçar as medidas necessárias.
Almerinda Pereira, representante da Faculdade de Pediatria da OM que esteve presente na audiência, disse que os indicadores na área da saúde infantil são positivos até 2023, mas mostra-se cautelosa com os resultados em 2024.
“Ainda não podemos falar em taxas, mas estamos todos preocupados. A nossa mensagem é a necessidade de um melhor planeamento e ação no domínio da saúde pública”, defendeu o especialista, explicando que a saúde da população afeta a mortalidade infantil.