A bronquiolite aguda é uma doença que afeta o trato respiratório inferior, conhecido como pulmão do bebê. A condição é mais grave em bebês menores, bebês prematuros, bebês com baixo peso ao nascer ou bebês que já têm doenças respiratórias, cardíacas, problemas imunológicos ou outras condições mais específicas.
O vírus sincicial respiratório (VSR) é um dos vírus que causa as formas mais graves de bronquiolite aguda, especialmente em crianças pequenas.
A bronquiolite ocorre quando, após uma infecção simples (nasofaringite aguda) com congestão nasal e/ou tosse leve, os pais percebem o agravamento do quadro para tosse mais grave e persistente, congestão nasal e aumento de secreção. Também pode haver sinais de dificuldade para respirar, o que pode prejudicar a capacidade de alimentação do bebê. Nestes casos, é importante que o bebê seja avaliado por um médico. Nem sempre é febre.
Até recentemente, a imunização só era realizada entre grupos de alto risco, nomeadamente bebés prematuros, recém-nascidos com muito baixo peso à nascença ou bebés com doenças crónicas.
Posteriormente, as gestantes entre 32 e 36 semanas de gestação podem ser imunizadas, e o feto já pode ser imunizado através de anticorpos através da placenta. Estima-se que esta proteção possa durar até os primeiros meses de vida.
Atualmente, em Portugal, já é possível reforçar esta imunização dando o mais rapidamente possível aos bebés Niservimab, uma nova “vacina” que é uma imunização obtida através da injeção de anticorpos monoclonais nos bebés. Atualmente, o plano é injetar anticorpos monoclonais em recém-nascidos nascidos após 1º de agosto de 2024.
As normas da DGS recomendam que, para os bebés nascidos depois de 1 de outubro, o niselumab seja injetado na maternidade nas primeiras 24 a 48 horas após o nascimento. Para os bebés nascidos entre Agosto e Outubro, as injecções serão administradas no centro de saúde o mais rapidamente possível, a partir de Outubro também.
Pensa-se que, tal como a protecção que uma mulher grávida recebe através da vacinação, a imunização manterá o seu efeito durante cinco meses previsíveis. Neste caso, os dados que conhecemos estimam que a frequência de doenças graves por VSR poderia ser reduzida em até 80%.
Por fim, gostaria de lembrar a todos que o VSR não é o único vírus que causa bronquiolite aguda. Muitos casos graves são causados por infecções mistas de múltiplos vírus, ou seja, infecção simultânea por múltiplos vírus. O nivolimab não deve excluir os cuidados com a etiqueta respiratória, que, como vimos durante a pandemia, é uma medida muito eficaz para prevenir a propagação de microrganismos. Portanto, não se esqueça de lavar bem as mãos e usar máscara assim que desenvolver sintomas respiratórios.
Desejamos a todas as crianças um outono e inverno agradáveis e especialmente seguros. Em caso de dúvida, procure ajuda pediátrica de emergência sempre que surgirem sinais de alerta.
É o que explica a Dra. Ana Rodrigues Silva, coordenadora de pediatria do Hospital CUF Coimbra e do Hospital CUF Viseu.