O ministro das Finanças disse hoje que a economia acelerou no quarto trimestre e o governo está confiante na sua previsão de crescimento de 2,1% para 2024 e este ano e reiterou as expectativas de um excedente.
Lusa | 09h54 - 15/01/2025oxigênio Na manhã de quarta-feira, o ministro da Economia, Joaquim Miranda Sarmento, participou numa audição regulamentar perante a Comissão Parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública.
Os temas abordados incluem o custo dos novos aeroportos, a falta de reuniões do IRS Jovem ou da comissão de vencimentos do Banco de Portugal, bem como as isenções de IMT e de imposto de selo para os jovens ou a meta de excedente para 2025.
Abaixo você confere todos os temas abordados pela comissão e a resposta de Joaquim Miranda Sarmento:
Crescimento no quarto trimestre é ‘muito bom’, diz ministro
O ministro da Economia começou por comentar as previsões económicas, dizendo que “os dados do quarto trimestre são claramente bons e a economia está a acelerar”. Ele também aumentou a confiança do governo na sua previsão de crescimento de 1,8% para 2024 e 2,1% este ano, e reiterou as expectativas de um superávit.
Quanto aos indicadores conhecidos no final do ano, “tanto em termos de indicadores agregados como de consumo privado, a atividade acelerou significativamente a partir de outubro face a 2023”, acrescentou. O equilíbrio orçamental dá “estamos plenamente confiantes de que conseguiremos um excedente de cerca de 0,4% do PIB no final do ano”, numa altura em que apenas o banco central de Portugal estima um défice este ano.
Isento de ITBI e ISQN? “Mais de 16 mil jovens salvaram 62 milhões de pessoas”
Os números avançados por Miranda Sarmento mostram que “mais de 16 mil jovens pouparam 62 milhões de euros na compra de casas isentas de IMT e de imposto de selo”, mas o responsável rejeita que esta medida tenha impacto nos preços das casas.
“Não tenho conhecimento de quaisquer estudos que demonstrem uma correlação, muito menos uma relação causal, entre o indicador (IMT Jovem) e os preços da habitação”, afirmou o ministro, acrescentando não ter qualquer indicação “de que haja algum impacto”. Algumas pessoas que venderam suas casas tomaram medidas."
“Pode ir ao Aeroporto de Alcochet sem pagar diretamente a taxa de OE”
Relativamente ao novo aeroporto, Miranda Sarmento informou que, com base na informação disponível, “é possível construir o Aeroporto de Alcochet sem aumentar os custos diretos para o Orçamento do Estado”.
Questionado sobre a sua opinião sobre o possível impacto orçamental do novo aeroporto, sublinhou não haver “nenhuma divergência entre o que disse e o que disse o ministro das Infraestruturas”. “Acabamos de receber um relatório dizendo que o governo fará tudo o que estiver ao seu alcance para mitigar o impacto orçamental direto, se possível”, lembrou.
‘Primeiro plano de simplificação fiscal’ e imposto sobre o rendimento dos jovens
Apesar da “situação precária” da sua pasta, o ministro da Economia anunciou que o Conselho de Ministros vai aprovar “o primeiro plano de simplificação fiscal” na quinta-feira. Conforme elabora, os objectivos são a necessidade de “reduzir os custos ambientais, promover a melhoria da qualidade dos serviços prestados e promover uma maior transparência e compreensão das obrigações fiscais”.
Sobre a Receita Federal Jovem acredita que a informação sobre retenção na fonte poderia ser melhorada para tirar quaisquer dúvidas que possam existir, reconhecendo que o novo sistema cria uma “zona cinzenta” para algumas pessoas. “Se for necessário melhorar a informação, tentaremos colocar a informação (sobre retenção na fonte) no site do governo”, explica Miranda Sarmento.
Falta de Reunião da Comissão Salarial do BDP? “muito estranho”
Por outro lado, também surgiu a questão dos salários no Banco de Portugal (BdP), depois de uma disputa sobre o salário de Hélder Rosalino como secretário-geral do Governo (cerca de 15 mil euros) ter terminado com o primeiro. O chefe do BDP renuncia ao cargo. O ministro das Finanças disse aguardar instruções de quem será o ex-governador da comissão de vencimentos do Banco de Portugal para convocar uma reunião, lembrando ser “estranho” que não se realize uma reunião há 13 anos.
Reiterou que “depois de saber que a comissão não se reúne há 13 anos, parece-me que faz sentido reunir-se para compreender a lógica subjacente e, em última análise, propor medidas que podem ou não ser consideradas”.
Leia também: ‘Pagar para trabalhar’? Observações de Montenegro (e resposta de Pedro Nuno)