A concorrência pelo treinador do Porto é acirrada, pois o homem que pretendem contratar é André Villas-Boas, o que assusta muitos que o consideram intocável
Sempre que o Porto tem um jogo pouco bem sucedido, há uma enorme insatisfação que muitas vezes ultrapassa os limites razoáveis. Esta forma exagerada de protesto tem dois propósitos: primeiro, desencadear uma onda de instabilidade no clube que acabará por levar à demissão do treinador e o segundo e principal objetivo é atacar indiretamente o presidente do Clube portista;
“A auditoria forense é um marco importante no reforço da governação e da transparência do FC Porto, sublinhando o seu compromisso na correção de irregularidades passadas e más práticas de gestão.”
O FC Porto explicou o objetivo da auditoria forense num breve parágrafo. Em apenas sete meses, André Villas-Boas e o seu governo concluíram uma auditoria forense abrangente e revelaram descobertas que confundiram apenas os mais perturbados. Uma auditoria forense independente não é realizada para perseguir ninguém. O objetivo é compreender o que e como a empresa foi gerida no passado, identificar desvios e formas de melhorar os processos de tomada de decisão e fiscalização e aumentar a transparência interna e externa em toda a organização.
Esta medida de André Villas-Boas e do seu governo é um grande exemplo para o mundo desportivo. Reconhecer, avaliar e corrigir áreas de baixo desempenho. Identifique padrões que levam à degradação de recursos. Analise se as decisões tomadas foram razoáveis. Verificar se há fundamento para ação judicial e buscar a recuperação dos recursos consumidos indevidamente.
Não posso deixar de comparar as atuações de André Villas-Boas e Rui Costa. André Villas-Boas pretende esclarecer e compreender porque tantos recursos foram perdidos ao longo dos anos. Rui Costa anuncia auditoria forense limitada à avaliação de contratos de 55 jogadores. Villas-Boas conquistou credibilidade no mercado como alguém que não tem medo (de quem não deveria ter!), que busca respostas e dá algo que muitas vezes falta no esporte: a transparência. Rui Costa opta por anunciar uma coisa e fazer outra. Não é abrangente. Ele não se preocupou em reforçar a governação e a sua transparência. Por fim, André Villas-Boas apresentou o relatório de auditoria forense propriamente dito no prazo de sete meses. Rui Costa apresentou trabalhos sobre 55 contratos que demoraram dois anos e sete meses a concluir…
Os motivos para o desafio a Vito Bruno são vários. As auditorias forenses demonstraram muitos desses problemas. A gestão anterior vivia em um mundo separado. Mesmo tendo em conta a contínua degradação dos recursos do clube/SAD, continua a ter um belo salário e bónus generosos. Entre outras coisas, as auditorias forenses revelaram que os gestores recebiam enormes honorários de representação sem justificação ou documentação. O que percebemos aqui é que a organização do Porto não tem sistema de controlo interno e acaba por beneficiar um pequeno grupo de pessoas.
Além disso, a administração anterior distribuiu benefícios monetários (venda de ingressos) e benefícios em espécie (viagens de luxo) aos torcedores ou seus líderes. Observamos também que muitas negociações de atletas foram realizadas sem documentação comprobatória, como relatórios de olheiros ou justificativas. Concluímos também que a comissão paga foi muito superior ao que deveria ser.
Estranhamente, ninguém questionou estas práticas nem os desvios constatados na auditoria ora em curso. Todos estes factos apresentados esta semana ilustram claramente os receios de muitas pessoas incrivelmente privilegiadas. Muitos deles podem enfrentar ações legais por má administração ou desvio de dinheiro. A forma corajosa e profissional com que André Villas-Boas e a sua gestão têm conduzido o clube tem incomodado muita gente. Esta parece-me claramente uma das razões da forma radical como os protestos contra Vito Bruno surgiram nos momentos negativos e acalmaram nos momentos positivos.
Do ponto de vista esportivo, esta temporada não tem sido ótima. Analisando o elenco do Porto notamos que a qualidade e a liderança em campo têm diminuído. Isto é simplesmente o resultado da deterioração financeira dos últimos anos. A redução de recursos leva à redução do investimento e à redução da capacidade de entrar nos mercados. Não creio que alguém possa duvidar que esta equipa é a mais fraca dos últimos anos, apesar de ter jogadores com enorme potencial como Nico, Samu e Rodrigo Mora. Se compararmos a equipa do Porto com os seus rivais, vemos também que têm menos soluções. Com base nesse fato, para entendermos o desafio de Vito Bruno, devemos analisar o desempenho da equipe na 17ª rodada nos últimos anos. Agora, o Porto soma 39 pontos na temporada 2022/2023, no ano passado fez 38 pontos. Hoje somam 40 pontos e enfrentarão o principal rival no segundo turno. Portanto, com um elenco mais fraco, o Porto soma mais pontos este ano do que nos últimos anos.
Podemos olhar para o futebol que está sendo jogado. Com jogadores melhores é possível jogar melhor. Mas será que o desempenho do Porto melhorou nos últimos dois anos? Claro, o jogo contra os Nacionais foi decepcionante. A equipe estava indiferente e apática. Curiosamente, o grande desafio de Vito Bruno estava em um jogo onde ele poderia ter sido líder e altamente reconhecido, mas fez seu pior jogo da temporada e foi novamente desafiado de forma agressiva.
A demanda dos três grandes clubes deve estar sempre presente. Racionalmente, terminaria como comecei: Vito Bruno foi muito contestado porque quem queriam alcançar era André Villas-Boas, que largou o vício e mudou de programa, assustando muita gente que se achava intocável.
Valor: Scherdrup
Tudo muda em uma semana. Você está demonstrando qualidade e personalidade.
Desvalorização que se aproxima: antiga gestão do Porto
A auditoria forneceu dados que confirmaram todas as suspeitas. A questão que precisa ser esclarecida é: dada a opinião de todos, qual a intenção de se candidatar novamente?