O número de despedimentos coletivos aumentou 76%

DOs últimos dados da Direção do Emprego e Relações de Trabalho (DGERT) mostram que dos 5.725 trabalhadores sujeitos a despedimento coletivo, 5.403 foram efetivamente despedidos.

O número de trabalhadores abrangidos por despedimento coletivo tem vindo a aumentar desde 2022 e é o maior número desde 2020, quando foram despedidos 7.513 trabalhadores.

Até novembro, o número de despedimentos coletivos reportados pelas empresas ao Ministério do Trabalho também aumentou 14,7% face ao mesmo período do ano passado, atingindo 444.

Este número supera o total registado em 2023 (431 empresas) e é também o mais elevado de 2020, que atingiu 698 empresas no mesmo período.

Segundo cálculos da Lusa com base em dados da DGERT, dos 444 despedimentos coletivos reportados nos primeiros 11 meses de 2024, a maioria envolveu pequenas empresas e microempresas, representando 44,1% e 33,8% respetivamente.

No entanto, os despedimentos colectivos envolvendo grandes empresas aumentaram durante dois anos consecutivos, atingindo o seu ponto mais alto em 2014.

Até Novembro, o número de despedimentos colectivos mais do que duplicou face ao mesmo período do ano passado, um aumento de 156%.

Por regiões, as regiões de Lisboa e Vale do Tejo e a Região Norte continuam a registar o maior número de despedimentos coletivos, com 237 e 129 pessoas respetivamente.

Ou seja, mais de metade dos despedimentos coletivos registados nos primeiros 11 meses de 2024 ocorreram em Lisboa e Vale do Tejo.

Contudo, em termos percentuais, o maior aumento ocorreu no Alentejo, onde o número de despedimentos coletivos a partir de novembro aumentou 133% face ao mesmo período do ano passado.

Segundo a análise da Agência Lusa, apenas a região Norte e o Algarve registaram uma descida, com o número de despedimentos coletivos nos primeiros 11 meses deste ano a cair 6% e 40%, respetivamente, face ao mesmo período de 2023.

Na segunda-feira, o coordenador do Bloco de Esquerda propôs um “pacote de medidas de emergência” para contrariar a “onda silenciosa de despedimentos coletivos” no país, que inclui o retrocesso de algumas medidas implementadas pela Troika.

No final de outubro, o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social referiu que o aumento dos despedimentos coletivos era preocupante e garantiu que o governo estava a “acompanhar” a situação.

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