O governo vai transferir 4 mil milhões de euros para o Fundo de Estabilidade Financeira da Segurança Social (FEFSS) em Fevereiro. A secretária do Trabalho e Segurança Social, Rosário Palma Ramallo, anunciou quarta-feira o reforço da chamada “almofada” previdenciária, sublinhando que o fundo garante pensões há mais de dois anos e, na sua opinião, não tem obrigação legal de manter transferir.
“No início de fevereiro, a Administração da Segurança Social irá transferir o saldo de 2024 no valor de 4 mil milhões de euros. Esta será a maior transferência de sempre”, garantiu durante uma audição da Comissão Parlamentar de Trabalho, Segurança Social e Inclusão.
Respondendo a uma pergunta do Jornal da Segurança Social sobre o futuro da segurança social, Rosário Palma Ramalho insistiu que a sustentabilidade é uma preocupação do governo, lembrando que o FEFSS já atingiu o nível que lhe permite apoiar as pensões durante dois anos, limite legal do ouro, e “juridicamente falando, a partir deste limite, não há obrigação legal de continuar as transferências”.
“No entanto, o governo entende que o deve fazer e vai realizar a maior transferência de saldo de sempre. A sustentabilidade é, portanto, uma preocupação deste governo”, frisou.
Quando o Deputado Miguel Cabrita, do Partido Socialista, perguntou o que iria acontecer com o Livro Verde sobre a Sustentabilidade da Segurança Social (a pedido do antigo Executivo do Grupo de Peritos), o Ministro garantiu que as conclusões do documento seriam determinadas por um O grupo de trabalho que estudará o plano também se concentrará no imposto social único (TSU).
Relativamente à TSU, o governante lembrou que as revisões deveriam ser feitas de cinco em cinco anos por lei, mas não aconteciam há 13 anos.
“É portanto imperativo que procuremos novas formas, que podem ou não ser descobertas, para melhorar a sustentabilidade da segurança social”, explicou.
O ministro explicou ainda a intenção do governo de aprofundar a transformação digital da segurança social, prometendo implementar medidas para reduzir filas de espera nos serviços e implementar opções de pagamento Mbway “nos próximos meses”, prevendo-se que medidas sejam planeadas “no próximo ano”.
Durante a primeira parte da audiência, o ministro foi também questionado sobre o fim da atribuição automática de números de Segurança Social (NISS) aos imigrantes, com a Administração da Segurança Social a acusar o governo de “empurrar” estas pessoas para a situação ilegal.
Rosário Palma Ramalho refutou a acusação, admitindo que os procedimentos mudaram. Ele disse que “esta administração mudou a prática automática e não padronizada de aquisição do NISS”, garantindo que o NISS seja automaticamente adquirido assim que um empregador comunica um contrato de trabalho à Administração da Segurança Social.