Portugal é um país muito socialista. É por isso que a pobreza é tão generalizada. A solução é simples. Mais crescimento económico (opções que terão impactos endógenos e exógenos).
Há pouco tempo ouvi Ricardo Paes Mamede dizer que os liberais não deveriam citar a Irlanda como exemplo do sucesso da aplicação da simplificação fiscal (sejam taxas fixas ou taxas mais baixas). Para tal, considera que a Irlanda beneficia de excelentes condições económicas e financeiras, pois é verdade que aí estão sediadas inúmeras empresas norte-americanas.
Contudo, os argumentos avançados por Paes Mamed devem ser questionados. Para além das razões culturais óbvias, as empresas norte-americanas poderiam ter optado por se estabelecer no Reino Unido. Mas eles não o fizeram. Por que? É claro que as escolhas políticas, financeiras e económicas feitas pelo governo irlandês foram e são factores decisivos na escolha das empresas multinacionais para se estabelecerem na Irlanda. E, sendo capaz de atrair investimento estrangeiro a esta escala, não há dúvida de que a Irlanda está a fazer algo certo.
Os liberais gostam de usar a Irlanda como exemplo. Principalmente porque é uma história de sucesso. Pela mesma razão, os socialistas não gostam dela porque é um paradigma de riqueza.
Felizmente para os liberais, a Irlanda não é o único país europeu a provocar mudanças e crescimento económico através da reforma fiscal. Infelizmente para Portugal, os países que escolheram a mesma abordagem fiscal, promovendo a estabilidade através da simplificação e tranquilizando empresas e investidores – Eslovénia, República Checa, Eslováquia, Croácia, Estónia, etc. – ultrapassaram-nos.
Façamos uma pequena comparação da tomada de decisões políticas no contexto do salário mínimo para compreender a diferença. A diferença entre os salários mínimos nos países pobres (Portugal) e/ou nos países ricos (Holanda, Luxemburgo) decorre de uma razão muito simples.
Nos Países Baixos e no Luxemburgo, os governos optaram por criar condições conducentes ao crescimento e a economias fortes, estimulando assim a energia empresarial que cria riqueza. Dois pontos podem ser observados: em primeiro lugar, as empresas têm a capacidade de pagar salários mais elevados; em segundo lugar, as empresas têm a capacidade de pagar salários mais elevados; Em segundo lugar, mesmo com impostos mais baixos, os governos destes países podem arrecadar mais receitas fiscais.
Em Portugal, a escolha do governo, especialmente da esquerda, é exactamente oposta. Aprovaram decretos para forçar um aumento do salário mínimo sem criar condições para o crescimento económico. resultado? Estamos ficando mais pobres.
Dito isto, nem sempre é possível fazer a mesma coisa e esperar resultados diferentes. Alguns keynesianos, especialmente os socialistas, têm de aprender isto. A principal prioridade é quebrar o ciclo contínuo de aumento da pobreza.
Keynes justificou as medidas de curto prazo afirmando que “no longo prazo todos morreremos”. Os keynesianos também precisam de compreender que, a longo prazo, podemos estar mortos, mas a nossa dívida não, e os efeitos da dívida serão sentidos principalmente no futuro. Não deveríamos deixar os nossos filhos (e netos) incumprirem as suas dívidas?
Finalmente, tentando dar um exemplo mais próximo do socialismo, porque é que os países nórdicos ricos nunca se tornariam um problema para os liberais? Não são socialistas, são social-democratas, respeitam o dinheiro dos contribuintes gastando o mínimo possível, não fazem distinção entre público e privado, porque dão prioridade à iniciativa privada e complementam-na apenas quando necessário, os sindicatos servem não são uma ferramenta para projetos de energia e, além de defenderem os pequenos estados, não têm salário mínimo.
Portugal é um país muito socialista. É por isso que a pobreza é tão generalizada. A solução é simples. Mais crescimento económico (opções que terão impactos endógenos e exógenos).
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