Novo presidente de Moçambique observa minuto de silêncio pelas vítimas da violência e compromete-se a ouvir os jovens

Moçambique viu na quarta-feira a posse de Daniel Francisco Chapo como o quinto Presidente da República do país, após três meses de protestos pós-eleitorais e violência em todo o país, os últimos dos quais resultaram em mais de 300 pessoas mortas e 600 feridas. meses.

A Praça da Independência de Maputo, local de grandes cerimónias oficiais, estava bem vestida, mas deserta, uma vez que uma forte força policial foi enviada para o local, incluindo áreas próximas.

A cerimónia de inauguração foi realizada na capital de Moçambique, tRaiva, lágrimas e vozes de manifestantes apelam ao líder da oposição Venâncio Mondlane Pode ser ouvido nas ruas de Maputo e de outras províncias.

Embora o evento tenha sido muito grandioso, Notavelmente ausentes estavam vários chefes de estado convidados. Portugal foi representado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, e apenas dois presidentes estrangeiros estiveram presentes, Cyril Ramaposa, da África do Sul, e Umaro Sissoko Embalo, da Guiné-Bissau. Outros países optaram por enviar representantes, incluindo o Ruanda, que mantém boas relações com o ex-presidente moçambicano Filipe Nyusi, uma decisão vista como um “cartão amarelo” contra a legitimidade de Daniel Chapo.

O novo presidente de Moçambique iniciou o seu discurso com um gesto simbólico, observando um minuto de silêncio pelas vítimas das manifestações contra os resultados eleitorais, o ciclone Chito e o terrorismo em Cabo Delgado.

“Este silêncio é um lembrete da magnitude da nossa responsabilidade, mas também da tremenda força que possuímos como nação”, disse Daniel Chapo, que se comprometeu a transformar os desafios das pessoas em resiliência e prosperidade.

O chefe de Estado da FRELIMO comprometeu-se a continuar o diálogo iniciado com outras forças políticas e sociais, a fim de alcançar a estabilidade política e social no país.

Anunciou também medidas específicas, como a redução da dimensão do governo através da eliminação de vice-ministros e secretários de Estado, o reforço da justiça social e o investimento em sectores como a agricultura e as infra-estruturas. Ele também traçou um plano para combater a corrupção e modernizar a administração pública, comprometendo-se a ouvir as vozes dos jovens.

“Moçambique não pode continuar a sofrer de corrupção e clientelismo. Todos os fundos públicos serão investidos com responsabilização e transparência”, garantiu, acrescentando que o seu governo não tolerará administradores ineficazes ou envolvidos em esquemas ilegais.

El Chapo comprometeu-se a combater a corrupção, reduzir a desigualdade e implementar reformas estruturais em áreas-chave como a educação, a saúde e a segurança. “O sofrimento do nosso povo não passará despercebido. Enfrentaremos isso de frente com determinação e coragem”.

Na sempre divisiva região mineira de Moçambique, El Chapo prometeu reformas profundas, particularmente no que diz respeito às concessões de exploração e aos lucros para empresas multinacionais. “Garantiremos que as comunidades locais afetadas pela mineração recebam benefícios reais, como royaltiesprogramas de emprego e desenvolvimento social ou de responsabilidade social. A era da exploração irresponsável terminará”, prometeu.

Daniel Chapo, 48 anos, herdou um país dividido e devastado pela violência dos protestos pós-eleitorais. A sua eleição foi fortemente contestada nas ruas depois de os resultados divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral mostrarem que El Chapo venceu com 70 por cento dos votos. Venâncio Mondlane não obteve mais de 24% dos votos, mas não aceitou os resultados oficiais e declarou-se vencedor.

Os manifestantes que saíram às ruas na quarta-feira para protestar contra os resultados das eleições e a tomada de posse foram dispersados ​​pela polícia com ataques brutais de bastões e gás lacrimogéneo.

Dados de organizações da sociedade civil indicam que pelo menos seis pessoas morreram em Nampula e outras seis em Maputo na sequência de recentes manifestações e confrontos.