Em entrevista à Lusa, Maria Assunção, Coordenadora Técnica do Biobanco CHAIN da Faculdade de Medicina NOVA, explica a importância deste rico material à disposição de todos os envolvidos, se ajuda a fazer diagnósticos e definir quais são os melhores tratamentos. É descobrir medicamentos para tratar doenças.
“O biobanco pretende armazenar as amostras, sempre seguindo os requisitos legais e éticos, e preservá-las para que possam ser posteriormente distribuídas a outros pesquisadores para (ajudar a responder) outras questões de pesquisa que possam ser feitas posteriormente usando outras técnicas e outras métodos. Conhecimento científico”, explicou o responsável.
No caso do CHAIN Biobank, as amostras recolhidas (principalmente sangue, soro e plasma) têm sido utilizadas em projetos de investigação na área das doenças da retina, doenças infecciosas e na área da doença de Ménière (um tipo de deficiência auditiva) É caracterizada por vertigem intensa e perda auditiva.
Maria Assunção disse que há sempre uma aposta na “maximização do valor de cada doação” e destacou a aposta na sustentabilidade científica: “Em vez de recolher amostras para um projecto específico e destruí-las após a sua utilização, estas amostras podem ser recolhidas e preservado o conhecimento adquirido da investigação” para desenvolvimento posterior.
As amostras “são limitadas”, lembrou ele, por isso um comité científico deve aprovar todos os pedidos de amostras “para garantir que a utilização é cientificamente significativa”.
Segundo explica, as pessoas podem doar amostras de duas formas: quer no âmbito de um projeto específico coordenado pelo médico assistente e convidando à sua participação, quer através de uma campanha própria.
A este nível, Maria Assunção anunciou que a Faculdade de Medicina da NOVA está a desenhar uma atividade que deverá ser realizada no segundo trimestre deste ano para recolher amostras de pessoas saudáveis: “Estes projetos costumam retirar pacientes de hospitais. a doença, mas então, para efeitos do estudo, é importante poder comparar com grupos saudáveis (populações).
“É neste sentido que os biobancos podem ajudar projetos de investigação e investigadores”, acrescenta.
Amostras líquidas, como sangue e seus derivados, urina, fezes, líquido cefalorraquidiano, humor aquoso e outros fluidos corporais, bem como amostras sólidas, como pedras nos rins, cabelos e tecidos diversos, obtidas como resíduos durante procedimentos cirúrgicos programados, são alguns exemplos de. Os materiais podem ser coletados e armazenados nesses biobancos.
“É uma ferramenta valiosa para facilitar a pesquisa. As coletas incluem sangue total, plasma, soro e urina e serão complementadas quando houver agendamento de cirurgias oftalmológicas”, explica o Coordenador Técnico do CHAIN Biobank.
Das amostras armazenadas no seu primeiro ano de funcionamento, o CHAIN Biobank armazenou mais de 41.000 amostras enquanto a NOVA School of Medicine recolhe e armazena amostras até 2024. Alguns começaram a coletar durante a pandemia; pesquisadores do instituto, que os armazenam em outros biobancos.
Apesar dos progressos, os biobancos ainda enfrentam desafios como a sustentabilidade financeira e a necessidade de infraestruturas adequadas. Superar estes desafios significa “apoio contínuo da sociedade e coordenação contínua entre os interesses científicos e as necessidades das pessoas”.
Ressaltando que a participação de todos faz a diferença, o cacique disse que contribuir com a simples doação de uma amostra significaria um futuro com diagnósticos mais rápidos, tratamentos mais eficazes e “um ambiente mais justo, mais justo para todos”.