Norte e Centro têm condições favoráveis ​​para acolher refugiados – Sociedade

As regiões do interior Norte e Centro oferecem condições favoráveis ​​ao acolhimento e integração de refugiados, desde o acesso à habitação à proximidade entre instituições, segundo um estudo da Universidade de Trás Osmontes e Alto Douro (UTAD).

O investigador Ottavio Sacramento destacou os “aspectos muito positivos” do acolhimento de refugiados nas zonas alvo do estudo, nomeadamente Porto, Viseu, Ciudad Real e Castel Branco, destacando desde logo o acesso à habitação e a redução dos custos de habitação. mas também pessoal técnico de diferentes instituições permite acelerar a resposta aos refugiados.

No entanto, estas vantagens trazem problemas comuns que afectam estas áreas de baixa densidade, tais como dificuldades de acesso aos serviços.

Pesquisadores do Centro de Pesquisas para o Desenvolvimento Interdisciplinar (CETRAD) desenvolveram o livro Recepção de refugiados em áreas de baixa densidade 2017-2024: a atuação das instituições locais em novos modelos de acolhimento geograficamente dispersos. Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e apresentado esta sexta-feira na conferência “Desafios e Políticas de Integração dos Imigrantes – Visões do Atlântico” em Ciudad Real.

“Estávamos mais interessados ​​em compreender a experiência da hospitalidade local”, disse Otávio Sacramento, que conduziu o estudo com Pedro Gabriel Silva.

Os investigadores acompanharam vários casos nas regiões do interior centro e norte e recolheram dados através de cerca de 50 entrevistas, principalmente com técnicos que trabalham em instituições locais (municípios, Miserico Dias) que são diretamente responsáveis ​​pelo contacto com os refugiados acolhidos no Território.

Entre os refugiados acolhidos nesta região sem litoral estão eritreus, sírios, iraquianos e pessoas de outras nacionalidades que fogem da instabilidade social, da instabilidade e da devastação da guerra nos seus países de origem.

A partir de 2015, o número de refugiados admitidos em Portugal começou a aumentar. Antes disso, estavam muito concentrados em Lisboa. Foi também então que foi tomada a decisão política de proporcionar uma hospitalidade descentralizada em todo o território, o que criou novos desafios para as entidades locais.

“As câmaras municipais têm muitas vezes consciência de que vão acolher refugiados porque também aprovaram fazê-lo, mas por vezes com semanas ou até uma semana de antecedência”, notam os investigadores, explicando que é necessário preparar alojamentos, vagas nas escolas e até abordar questões de saúde.

Alguns dos constrangimentos identificados durante as fases iniciais de acolhimento incluíram a escassez de recursos, sistemas de tradução ineficientes que afectam o desempenho dos técnicos devido a dificuldades linguísticas, estratégias fracas para promover a aprendizagem da língua portuguesa, falta de ofertas, etc. Formação profissional para situações de refugiados e estratégias contínuas de inserção laboral relacionadas com a aprendizagem de línguas. Problemas organizacionais que “desaparecem com o tempo”.

Ottavio Sacramento referiu mesmo que este “sistema de hospitalidade geograficamente disperso começou a amadurecer”.

A conferência sobre migrações foi promovida pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Regional (APDR) e teve como objetivo envolver a sociedade civil na análise e debate da integração dos migrantes em Portugal.

Até setembro, serão realizadas novas conferências no Porto, Atenas (Grécia) e Porto Heroes.