Montenegro alerta bombeiros: eis a última proposta do governo

O primeiro-ministro, Luis Montenegro, prometeu que o governo atingiu o seu “máximo” e não proporia mais propostas do que as apresentadas na última reunião com os sindicatos representativos dos bombeiros.

Fez este alerta na quinta-feira, durante o discurso de posse do novo presidente do Serviço de Emergência do Estado e Proteção Civil do Ministério do Interior, na presença de representantes desta classe profissional.

"De acordo com a nossa última proposta, que é também a última proposta, promoveremos o crescimento salarial em mais de 37% até 2027.. Em média, depois de dois anos, o salário de um bombeiro aumentará cerca de quatro meses”, disse Luis Montenegro.

Os bombeiros têm protestado nos últimos meses e exigido pagamentos de risco equivalentes às forças de segurança como a PSP e a GNR. As negociações foram interrompidas no início de dezembro após uma manifestação que o governo considerou “coercitiva” porque havia um palco em frente à sede administrativa onde estava sendo realizada uma reunião com representantes da classe. As duas equipes voltaram ao topo da tabela no início de janeiro.

alterações climáticas e fenómenos extremos

O novo responsável da Agência Nacional de Emergência e Proteção Civil, José Manuel Mora, alertou para os desafios ao seu mandato e acredita que as alterações climáticas irão desencadear fenómenos mais extremos.

"Não podemos ignorar o impacto das alterações climáticasAs principais consequências são a redução do abastecimento de água, a redução do rendimento das colheitas, o aumento do risco de secas, a redução da biodiversidade e uma incidência crescente de incêndios florestais e ondas de calor”, afirmou o novo líder dos Cidadãos pela Conservação.

José Manuel Moura acredita que “adaptação dinâmica” é essencial para o enfrentamento fenômeno extremo Como as inundações em Valência ou os incêndios na Califórnia.

Em tom pessoal, o novo presidente da ANEPC disse que a sua nomeação foi “resultado da sua decisão”.

Amnistia Internacional: “Sem controvérsia”

Presente também na cerimónia o Cardeal Américo Aguiar, que continua a ser capelão do Sindicato dos Bombeiros Portugueses. Dom Setúbal também foi questionado pelos jornalistas sobre a amnistia proposta pela igreja, sobre a qual os partidos pareciam não ter consenso e que necessitaria de ser aprovada pelo parlamento.

Dom Américo Aguiar lembra que a amnistia para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2023 excluiu muita gente (porque era apenas para menores de 30 anos). Mas isso elimina qualquer controvérsia.

"Não há disputa em lugar nenhumo Parlamento tem o direito soberano de avaliar, sigamos o calendário. Todos os dias vivo uma experiência, vou às prisões de Setúbal e do Montijo e os reclusos dizem-me que são excluídos porque têm mais de 30 anos”, alertou o cardeal.

Nas últimas semanas, os desenvolvimentos em torno da amnistia levaram o bloco de esquerda a desenvolver um projecto de lei, mas é pouco provável que seja aprovado no parlamento depois de os sociais-democratas terem afirmado que se opunham à nova amnistia "em princípio".