"DSegundo os dados do Banco Central Europeu (BCE) relativos ao primeiro trimestre de 2024, cada português tem em média 22.300 euros em depósitos bancários”, lê-se no documento hoje publicado.
Este valor representa 21,2% do património líquido das famílias e representa a maior parcela da riqueza nacional da área do euro.
A análise “Poupança das Famílias e Política Monetária” mostra que as famílias portuguesas têm conseguido poupar grande parte do seu rendimento disponível nos últimos trimestres devido ao maior crescimento do rendimento, em contraste com os gastos de consumo.
Nos 12 meses até junho, o rendimento disponível das famílias aumentou 7,9% para mais de 188 999 milhões de euros (dados do Instituto Nacional de Estatística do INE).
Os gastos dos consumidores aumentaram 4,6% para 169,4 mil milhões de euros, poupando aproximadamente 19 mil milhões de euros.
Nos primeiros três meses de 2024, o património líquido médio de cada português foi de 105 mil euros, um aumento homólogo de 6%.
Trata-se de uma melhoria de 29% face à situação anterior à pandemia de covid-19.
“A riqueza média por português aumentou 73% face ao recorde de há 10 anos (60.700 euros)”, sublinhou.
Em termos de dívida, o peso do crédito em percentagem do activo líquido aumentou para 13,4% em 2024, face a 22,4% há 10 anos.
Em março, a dívida bancária por português era de 14 mil euros, “que estabilizou face ao mesmo período registado em 2023 e aumentou apenas 6% em 10 anos”.
A julgar pela composição da riqueza, os portugueses possuem 65 mil euros em imóveis, enquanto há dez anos esse valor era inferior a 40 mil euros.
Em segundo lugar estão os depósitos bancários, que representam quase 50% do total dos activos não financeiros.
A análise concluiu ainda que o peso dos depósitos portugueses se reflete “numa exposição muito reduzida a títulos cotados nos mercados financeiros”.
Os investimentos em títulos de dívida caíram quase para metade desde o início do surto e representam agora 0,4% dos activos líquidos.
Em março, cada português investiu 590 euros em ações, o equivalente a 0,6% do património líquido. Essa percentagem quase duplicou há 10 anos e era de 0,5% antes da pandemia.
Em termos de fundos, o valor do investimento ronda os 2.720 euros, o equivalente a 2,6% do património líquido.
“No ano passado, a preferência pela aplicação da poupança em depósitos representou um alto custo de oportunidade, pois muitas vezes os retornos que proporcionavam nem cobriam a inflação. A expectativa é que isso continue devido aos juros baixos no BC”, disse, citando o exemplo. pessoas que aplicaram suas poupanças em depósitos a prazo em setembro de 2023 tiveram rentabilidade total de 2,3% no mesmo período do ano passado.
A análise é do Banco Central Europeu, Reuters, Banco de Portugal, Confidencial Imobiliário, IGCP (Ministério das Finanças e Agência de Gestão da Dívida Pública) e Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Património (APFIPP).
Leia também: “É tolice dizer que os lucros da CGD são lucros de curto prazo”