Os dados do programa de hospitalização domiciliária divulgados hoje mostram que aproximadamente 11.500 pacientes receberão cuidados hospitalares em casa em 2024, um aumento de 14,6% em relação ao ano anterior, poupando mais de 100.000 dias de hospitalização.
De acordo com os dados do Programa do Serviço Nacional de Saúde fornecidos à Agência Lusa, foram avaliados 28.103 doentes, um aumento de 9,6%, e a capacidade média instalada de camas nos domicílios dos doentes ao longo do ano foi de 366, um aumento de 2,5% face a 2023. .
"O número de pacientes atendidos foi de 11.500, um aumento de 14,6%”, refere o relatório do projeto, sublinhando que a equipa conseguiu reduzir o tempo médio de internamento para 9,3 dias “com maior segurança e qualidade”.
Em 2024, o número de dias de internamento poupados será de 107.041 dias, um aumento de 11,4% face a 2023, o número de pacientes internados diretamente no pronto-socorro do hospital aumentará 13,2% e o número de pacientes em consulta externa aumentará em 13,2% (20,4%).
O número de internamentos diretos sem passagem por hospital, provenientes de estabelecimentos de cuidados primários e hospitais de dia aumentou 48,1% e 20,3%, respetivamente.
Delfim Rodrigues, Coordenador do Programa Nacional de Implementação de Unidades de Internamento Familiar do Hospital do SNS, disse em entrevista à agência Lusa que estes resultados permitem reduzir a taxa de mortalidade esperada para 2% de acordo com o índice de classificação da doença (CID10). , que é cerca de 5% no hospital.
"Isso ocorre porque os pacientes apresentam outros tipos de condições de tratamento em casa que não estão disponíveis nos hospitais, até mesmo em termos de ambiente. Em breve estarão protegidos de infecções nosocomiais (hospitalares)”, disse Delfim Rodriguez.
Segundo o responsável, um ambiente domiciliar “mais seguro” pode proporcionar melhores resultados ao longo de todo o ciclo de tratamento do paciente, desde a admissão até a alta.
Por outro lado, os profissionais de saúde, sobretudo médicos e enfermeiros, estão “muito conscientes” de que quando os pacientes ficam muitos dias internados, sobretudo a partir do 8.º dia, começam a perder massa muscular (1% ao dia).
Delfim Rodriguez disse que seus planos de tratamento individuais incluem reabilitação e fisioterapia desde o primeiro dia.
Salientou ainda a importância da avaliação nutricional, que é feita nas primeiras 24 horas de internamento no domicílio, e depois da elaboração de um plano nutricional adequado às necessidades clínicas e fisiológicas do paciente, "que o ajuda a recuperar mais rapidamente" do que no hospital.
As equipas multidisciplinares acompanharam os pacientes, com 138 mil visitas domiciliárias, um aumento homólogo de 6,1%, e o tempo médio de permanência foi de 37,04 minutos, um aumento homólogo de 7,7%.
"Nossa equipe tem poucos recursos, mas pode fazer muito. São reconhecidos pelos pacientes, familiares e pela sociedade em geral”, disse Delfim Rodriguez, descrevendo-os como uma “unidade de elite”.
Segundo dados reportados por diversas Unidades Locais de Saúde (ULS), cerca de 20% das unidades trataram 43% dos doentes.
Todas as ULS do país têm unidades de internamento familiar, com exceção de Vila Franca de Sira e Braga, duas cidades onde o programa deverá ser lançado “em breve”.
Cerca de 90% dos pacientes são adequados para este método de tratamento, que é "menor custo, maior qualidade, mais seguro e mais acessível, porque pode não haver camas no hospital, mas as pessoas têm sempre a qualidade da cama em casa, independentemente de a qualidade da casa." Tem cama", enfatizou.