O primeiro-ministro garantiu que gastar 5% do Produto Interno Bruto (PIB) nos países da NATO, tal como definidos por Donald Trump, “não é viável” a curto ou médio prazo.
"Precisamos de compreender que, embora seja necessária uma resposta maior, é compreensível exigir maiores esforços dos aliados. Investir na Aliança Atlântica é salvaguardar a nossa soberania e segurança“, apontou Luís Montenegro à Lusa à margem da reunião de dois dias do Partido Popular Europeu (PPE), em Berlim, que termina hoje.
Donald Trump criticou recentemente a contribuição da Europa para a NATO e sugeriu que os estados membros aumentassem os gastos com defesa para 5% do PIB.
"Esta administração tem como objectivo atingir 2% do PIB em defesa até 2029, um ano antes, e continuamos determinados a atingir esse objectivo. " Luís Montenegro afirmou, sublinhando também que “talvez, se for necessário, teremos de reavaliar. Se tivermos de o fazer, faremos, não na escala de que estamos a falar. ao comentar uma ou outra consideração do Presidente dos Estados Unidos."
Há muitos meses que trabalhamos em projetos com um grupo de trabalho entre o Ministério da Economia e da Defesa para que possamos estimular e incentivar o nascimento de projetos em Portugal.
Luis Montenegro também rejeitou a ideia de que apostar e investir mais na defesa prejudicaria os apoios sociais. "Essa não é a ideia. Para nós, não o faremos. Quando damos mais apoio financeiro a este sector, é também para criar empregos, para poder pagar mais salários, para poder desenvolver tecnologia e equipamentos para alimentar outras indústrias", enfatizou.
“Não devemos entender isto como uma substituição do investimento na defesa pelo investimento em sectores não sociais, pelo contrário, ao investir na defesa e criar mais recursos financeiros para a nossa indústria, permitiremos também que o país desfrute deste crescimento e seja capaz de. ter mais receita para pagar as despesas sociais”, acrescentou.
O líder executivo sublinhou ainda a importância dos sectores da defesa e segurança no desenvolvimento da economia europeia. "Ou também estamos colaborando no lado da produção, para que possamos aproveitar a influência de várias indústrias na criação de empregos, na prestação de serviços e em todas as áreas relacionadas, desde materiais até tecnologia alimentar. Há também esta complexidade e técnica. Ou nós mesmos fornecemos ou vendê-lo aos nossos parceiros e aliados, ou, se não o fizermos, faremos o que fizemos até agora, que é comprar no estrangeiro para reflectir o nosso envolvimento", sublinhou.
“Estamos trabalhando em um projeto há vários meses grupo de trabalho A cooperação entre o Ministério da Economia e o Ministério da Defesa, para que possamos estimular e incentivar as empresas portuguesas a fazerem nascer projetos em Portugal, e possamos também atrair algum investimento direto estrangeiro nesta área”, reiterou o Primeiro-Ministro o lançamento “Apelo aos empresários portugueses para investirem, investirem nas actividades da Indústria de Defesa.
Luis Montenegro reiterou o seu compromisso em continuar a prestar apoio económico, financeiro, político e humanitário à Ucrânia e reconheceu que o governo está a cumprir os compromissos que assumiu. “Estamos a fazer os nossos próprios esforços, que não são pequenos, e pretendemos continuar a oferecer esta cooperação. Obviamente, ligamos sempre o nosso contributo à realidade do que pode ser desenvolvido”, insistiu.