Surreal o que acaba de acontecer no Estádio da Luz
Pavlidis brilhou com um hat-trick, Araújo (p.b.) fez o outro tento dos encarnados. Lewandowski (2), Raphinha e Eric Garcia marcaram para os culés.
Quando Tomás Araújo descobriu Alvaro Carreras nas costas de Koundé aos dois minutos, o Benfica tinha encontrado uma das formas de bater este Barcelona de Hansi Flick. O centro do lateral espanhol é de qualidade, a antecipação de Pavlidis para o 1-0 é também teve os seus méritos.
E quando, aos seis minutos, voltou-se a repetir a jogada, com falhanço incrível de Aursnes ao segundo poste, os mais de 60 mil que estiveram na Luz passaram a sonhar com uma noite épica. O Benfica conseguia furar a sempre defesa subida dos culés e a defender, todos juntos, solidários, travava os ataques do emblema catalão com alguma eficácia.
Com mais bola e a jogar no meio-campo contrário, o Barcelona logrou o empate num lance infeliz de Tomás Araújo. O central, a jogar a lateral direito, pisou Baldé na área. O árbitro não viu mas o lance não passou despercebido ao VAR. Danny Makkelie reviu a jogada, assinalou grande penalidade que Lewandowski não desperdiçou, aos 11 minutos.
O Benfica não se desmontou. A equipa seguiu o plano delineado por Bruno Lage à risca e aproveitou a tremedeira na defesa culé para marcar mais dois golos antes do intervalo.
Minuto 22, um dos lances do jogo. Otamendi fez um passe longo, Szczęsny saiu da baliza para cortar, Baldé não viu o polaco. O guardião dos culés acertou em cheio no seu colega, a bola foi ter com Pavlidis que, sem ninguém na baliza, encostou para o 2-1. Segunda explosão de alegria na Luz, numa noite que prometia.
Criticado pela sua falta de eficácia - apenas sete golos em 29 jogos pelo Benfica esta época até esta noite - , o grego deu uma resposta à altura e chegou ao hat-trick aos 30 minutos, em novo lance desastroso de Szczęsny. O polaco saiu da baliza para tentar impedir um passe de Aursnes que ia para Akturkoglu, o turco picou a bola por cima do seu corpo e deu-se o inevitável contacto. Os culés alegaram que não havia motivo para penálti mas o árbitro assim não entendeu. Pavlidis não tremeu e fez o 3-1, chegando ao hat-trick.
Se na defesa a equipa não atinava, na frente continuava a falhar, algo recorrente esta temporada nos culés. Aos 20 minutos Trubin agigantou-se e negou um golo cantado a Gavi, na pequena área. A terminar o primeiro tempo, aos 42 minutos, Raphinha apareceu ao segundo poste com tudo para marcar, mas rematou de primeira para fora. Antres, aos 37, tinha sido Lamal a falhar um remate na área de Trubin. O Benfica respirava.
No segundo tempo acentuou o domínio catalão relvado da Luz, com o Benfica a defender perto da sua área. A equipa de Flick tinha mais bola, mas sentia dificuldades em encontrar espaço por entre o 'muro' que se ergueu à frente de Trubin. Com os minutos a passar, a frustração aumentou no lado catalão, como se viu nalguns passes falhados e na comunicação na abordagem a alguns lances.
Era no contra-ataque que o Benfica podia voltar a ferir o Barcelona, tanto era o espaço nas costas da defesa. Foi isso que Schjelderup descobriu aos 54 minutos, quando isolou Aursnes, mas o médio atrapalhou-se e perdeu a bola para o guardião culé. No outro lado, Koundé teve nos pés o 3-2 mas falhou de forma escandalosa, sozinho na área, sem oposição.
O Benfica controlava as operações mas não contava com um lance para os apanhados na sua baliza. Aos 64 minutos, na tentativa de fazer um passe longo, Trubin acertou na cabeça de Raphinha, ainda longe da área e a bola acabou no fundo das redes do Benfica. Um golo insólito, saído do nada.
Este podia ser o momento para catapultar o Barcelona para a reviravolta, mas o Benfica marcou de seguida, em mais um erro defensivo dos blaugrana. Schjelderup tentou meter na pequena área, Araújo esticou o pé e desviou para a própria baliza quando Szczęsny ia recolher a bola. 4-2 para o Benfica, aos 68 minutos.
Bruno Lage lançou Leandro Barrreiro, Di Maria e Bah nos postos de Akturkoglu, Schjelderup e Aursnes, Flick lançou em jogo Fermín Lopez, Ferrán Torres Eric Garcia e Frenkie de Jong, para os lugares de Baldé, Gavi, Koundé e Casadó. O Benfica refrescava o ataque, o Barcelona o seu meio-campo, com mais gente na frente.
Aos 76 minutos, o árbitro descortinou uma falta de Carreras sobre Yamal na área encarnada quando o jovem de 17 anos ia rematar. Lewandowski voltou a mostrar frieza da marca dos 11 metros e reduziu para 4-3. O Benfica tinha 12 minutos para segurar a vantagem.
Apesar de ter muita gente em zona defensiva, o Barcelona conseguiu encontrar espaço, na sequência de um canto curto para Eric Garcia fazer o 4-4 de cabeça, completamente sozinho, aos 86.