Grupo convoca Gandra Dalmeida e ministra da Saúde ao parlamento Saúde |

O diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) demitiu-se na sexta-feira, depois de um SIC reportar que acumulou funções inadequadas antes de liderar o SNS e poderá ainda ter de ser ouvido no parlamento. O bloco de esquerda vai submeter um pedido de audiências urgentes a António Gandra dalmeida e ao ministro da Saúde.

Num requerimento assinado pela deputada Isabel Pires, que substituiu interinamente Marissa Matías, o partido argumentou que a investigação à diretora executiva do SNS “suscita muitas questões que carecem de esclarecimento”. Ou seja, como Gandra d’Almeida alegadamente acumulou funções e foi posteriormente nomeado CEO do SNS “com toda a confiança do Ministro”. E «como pode alguém que ganhou 200 mil euros em dois anos ser responsável pela gestão de todo o serviço por falta de profissionais no SNS».

“É agora claro que a sua visão para a saúde e os interesses pessoais são a antítese de um NHS fortalecido, com pessoal e recursos adequados. Mas talvez isto esteja em linha com a visão e os planos de emergência do governo”, acusou o grupo.

O partido de Mariana Mortágua recordou que Gandra d’Almeida alegadamente “acumulou ilegalmente no prazo de dois anos as funções de prestação de serviços médicos em Faro e Portimão e as funções de diretor da representação regional norte do INEM”, pelas quais receberá “cerca de 200 mil euros”. Sublinhou que esta possível acumulação de cargos “viola os regulamentos que regem o pessoal das administrações e instituições centrais, regionais e locais do país”.

O bloco refere ainda que “para contornar as obrigações de exclusividade que lhe são impostas e a acumulação não autorizada de funções por parte do INEM, Gandra d’Almeida constituirá uma empresa prestadora de serviços que celebrará contratos com hospitais do país. Faro e Bo Ertimão ”, que ele classificou como “um plano”.

Criticou ainda o governo por ter recrutado o presidente executivo do SNS e “um grupo de dirigentes da unidade regional da Associação dos Médicos do Norte que estão ligados ao PSD e ao CDS e empresas privadas do sector da saúde” ou “entidades com contratos de prestação de serviços com Estado”, tal como foi feito com “a secretária de Estado Ana Povo ou o coordenador do Plano de Emergência, Eurico Castro Alves, o plano prevê a privatização de vários serviços do SUS ou a transferência de recursos para entidades externas”.