De manhã, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) reuniu-se com todos os sindicatos para apresentar as propostas de tutela, e novamente à tarde recebeu sindicatos para discutir contrapropostas.
A primeira sessão de negociação para revisão do Código da Profissão Docente (DCE) será dedicada ao sistema de mobilidade por doença, que permite que professores com doenças graves sejam colocados em escolas mais próximas de casa.
As regras atualmente em vigor, amplamente contestadas pelos professores, foram aprovadas pelo anterior governo em 2022 e deveriam ser revistas em 2024, mas após reunião com grupos sindicais em junho, o MECI decidiu adiar estas negociações pelo que considerou ser A falta de consenso entre a tutela e o sindicato justificou uma revisão mais profunda.
Na quinta-feira, na véspera da sua primeira reunião, a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) defendeu reformas de mobilidade por doença que garantam “uma proteção eficaz em caso de doença incapacitante e não de concorrência”.
“É preciso acabar com o formato de concurso por tempo disponível, permitir que os professores se desloquem mesmo que estejam a menos de 20 quilómetros da unidade de saúde ou local de residência onde são acompanhados, ter em conta as doenças incapacitantes não incluídas no antigo regime e a lista ultrapassada de 1989”, sublinhou Federação.
A Fenprof acrescenta em comunicado que é previsível uma redução total ou parcial da componente letiva se justificada pela situação do professor, sublinhando que esta poderá ser também uma oportunidade para discutir o tema da segurança e saúde no trabalho.
Atualmente, os professores que se encontrem a mais de 20 quilómetros de distância da sua residência ou de um prestador de cuidados de saúde em linha reta podem solicitar a transferência por motivo de doença, mas a sua colocação está sujeita à capacidade declarada da escola e os professores devem manter um mínimo de seis horas letivas. .
Regras mais rigorosas aprovadas em 2022 significam que, no primeiro ano de implementação, pouco mais de 50% dos professores que foram solicitados a transferir devido a doença conseguiram encontrar trabalho, contra menos de metade do ano anterior.
O novo sistema deverá entrar em vigor no próximo ano lectivo, com discussões sobre recrutamento, entrada na carreira, formação e desenvolvimento profissional, condições de trabalho, avaliações de carreira não revistas e modelos de avaliações de desempenho de professores a seguir, mas não há um calendário claro.
Em Dezembro passado, no final de uma reunião para chegar a um acordo negociado, o ministro Fernando Alexander disse esperar que o processo esteja concluído até ao ano lectivo 2026/2027 para que até lá o novo DCE já possa estar em vigor.
Além da regulamentação, o Ministério da Educação e o sindicato discutirão os subsídios salariais para professores supervisores estagiários em sessão de negociação complementar no final do dia.