Governo descarta deportações em massa de portugueses nos EUA

O governo não prevê atualmente deportações em massa de portugueses indocumentados para os Estados Unidos, mas comprometeu-se a acompanhar a situação “com grande preocupação e cautela”, disse à agência Lusa o secretário de Estado da Comunidade Portuguesa.

José Cesário falava à agência Lusa na noite de sexta-feira, em Londres, Ontário, durante uma visita ao Canadá que termina no domingo, onde garantiu que há planos para prestar apoio aos cidadãos portugueses que possam ser afetados.

“Esta é uma matéria que será avaliada à medida que a situação evoluir. Temos sempre planos para ajudar, para acompanhar aqueles portugueses que estão numa situação mais fraca, mais vulnerável, então se for esse o caso, naturalmente vamos usar esses mecanismos, vamos usaremos esses meios", disse ele.

apesar de reconhecer que pode haver Casos de deportação 'aumentam ligeiramente'José Cesário descarta alarmismo: “Obviamente não estamos prevendo neste momento qualquer tipo de processo de despejo em massa. Poderão haver circunstâncias específicas, como acontece atualmente, mas avaliaremos a situação à medida que ela se desenrolar com muita calma e frieza. "

O secretário de Estado sublinhou que Portugal recebe todos os anos cerca de 300 cidadãos deportados, que estão “naturalmente” integrados no continente, na Madeira ou nos Açores.

O responsável disse que as autoridades consulares portuguesas mantêm planos de longo prazo para prestar apoio em emergências.

“Temos planos a longo prazo para apoiar os portugueses no estrangeiro caso surjam problemas graves. Agora, não prevemos atualmente o cenário extremo de deportações em massa”, frisou.

Cesário sublinhou ainda que o acompanhamento da situação está a ser liderado pela Embaixada de Portugal em Washington, que foi encarregada de acompanhar possíveis mudanças nas políticas de imigração sob a nova administração norte-americana de Donald Trump.

"A nossa embaixada em Washington está no terreno e acompanhando de perto os desenvolvimentos. Em breve receberemos informações que nos permitirão tomar medidas concretas para apoiar aqueles que necessitam de assistência especial", disse ele.

Relativamente ao número de pessoas sem documentos, responsáveis ​​governamentais afirmaram que não existem dados específicos: "Não, não existem números. Ninguém tem os números. Há anos que avaliamos este processo e continuamos a fazê-lo hoje. Ninguém sabe por muito tempo. claro porque não há relatos sobre o número exato desses casos."

José Cesário apelou aos portugueses em situação irregular para se registarem nas nossas autoridades consulares, sublinhando que este passo é crucial para garantir que recebem o apoio necessário: “Os portugueses que possam estar nesta situação devem registar-se nas nossas autoridades consulares. mínimo."

Apesar das preocupações levantadas, o secretário de Estado sublinhou a facilidade com que os portugueses se integram nas comunidades onde vivem e está confiante que a situação se resolverá sem grandes problemas: “Sabemos que os portugueses não têm problemas, integram-se facilmente nas sociedade ou do país onde trabalham, por isso estamos confiantes de que as coisas correrão de forma muito tranquila e pacífica.”

O ministro das Comunidades reuniu-se sexta-feira com mais de três dezenas de líderes comunitários de Londres e da comunidade portuguesa e participou este sábado no jantar de 25 anos da House of Bellas, em Toronto.