Governo coloca no parlamento novas propostas para redução do IVA da construção – Fiscal

O tema da redução do IVA na indústria da construção da taxa normal de 23% para 6% (a taxa reduzida) voltará a ser debatido no Parlamento. O governo está a preparar um projeto de lei para o conseguir e apresentou ao parlamento uma proposta de autorização legislativa, que foi rejeitada pela oposição. Em entrevista ao Negócios e à Antena 1, o ministro das Finanças revelou que esta iniciativa legislativa está finalizada.

Recorde-se que este pedido estava incluído na Proposta de Orçamento do Estado para 2025, mas foi rejeitado, com voto contra de PS, PCP, BE e Livre, abstenção de Chega e PAN, e apenas obtido pelo voto Sim de PSD, CDS-PP e IL. A oposição argumentou na altura que a questão deveria ser discutida em detalhe no parlamento e não apenas sujeita a um mandato legislativo.

Na proposta do OE, foi feito o pedido para autorizar o Executivo a legislar sobre uma lista de produtos e serviços sujeitos a taxas reduzidas de IVA no âmbito de contratos de construção ou reabilitação de imóveis residenciais. A autorização estipula ainda que a taxa reduzida de IVA não se aplicará às obras de construção ou reabilitação de todo ou parte de imóveis residenciais cujo valor exceda “um limite consistente com a implementação da política governamental de habitação social”.

Portanto, ainda precisamos saber quais são esses limites. Moradia acessível? Ou a um custo modesto, nos moldes dos conceitos introduzidos pelo poder executivo na revisão da lei de terras?

“Estamos a preparar um diploma que cumpre várias orientações. Primeiro, cumpre o quadro jurídico comunitário e a directiva do IVA. Em segundo lugar, garante que a redução do IVA será repercutida nos preços para podermos aumentar a oferta, o que como tal. todos sabemos que é uma questão nacional, que se preocupa sobretudo com questões habitacionais da classe média”, sublinha Cláudia Reis Duarte. “Os objectivos e compromissos nesta matéria mantêm-se. O Governo está sempre aberto ao diálogo no contexto parlamentar que conhecemos”, frisou.

“Estamos a desenhar esta proposta de redução do IVA, a desenhar esta medida para que se aplique primeiro à habitação da classe média, que acreditamos ser antes de mais o problema da oferta de habitação em Portugal”, acrescentou.

Quanto a como traçar o limite, o véu não foi levantado. “Rendimentos acessíveis, habitação acessível, construção de custos moderados, todos estes são conceitos jurídicos muito específicos, por isso estamos a trabalhar num pacote legislativo para atingir o objetivo de libertar mais habitação para a classe média-alvo.”