O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, anunciou hoje que o governo autorizou a despesa de 10 milhões de euros na contratação de 287 mediadores para as escolas fazerem face ao aumento do número de estudantes imigrantes.
“O Portugal que temos e o que queremos ter”, disse Retão Amaro, falando num encontro em Lisboa para comemorar os 160 anos do Notícias, publicado terça-feira no La Repubblica. Foi emitido um despacho, assinado pelo ministro das Finanças e pelo Ministro da Educação, que terá efeitos práticos nas próximas semanas.
"Desta semana para a próxima vamos dar às escolas “orientações” sobre como recrutar”, disse Leitão Amaro à Lusa no final do seu discurso.
Ao mesmo tempo, explicou que durante o próximo ano letivo “será disponibilizado um programa de mentoria para estes mediadores”.
O objectivo é dar aos jovens imigrantes “mais oportunidades iguais no processo educativo” no âmbito da estratégia de integração do governo.
De acordo com o diploma, “é autorizado um procedimento concursal para recrutamento de até 287 mediadores linguísticos e culturais no âmbito do programa de recuperação e melhoria de aprendizagem ‘Aprenda Agora’”.
Justificando o despacho, a administração lembrou que “o Estado deve garantir o direito à igualdade de acesso a uma educação de qualidade que permita a todos os alunos, independentemente da sua origem e origem socioeconómica, ter sucesso ao longo da sua carreira escolar”.
No entanto, “ao longo dos últimos anos, as rápidas alterações demográficas e sociais da população residente em Portugal levaram a um aumento acentuado do número de alunos matriculados” que “provêm de outros sistemas de ensino” e “não têm conhecimento ou não compreendem Português".
O plano “Aprender Mais Agora” aprovado em outubro permite que “as escolas tenham melhores ferramentas para apoiar estes alunos, tanto em termos de inclusão como de sucesso académico”, mas para isso é necessário garantir o sucesso dos alunos imigrantes.
"Uma das medidas é aumentar a inclusão dos alunos que não falam português e atribuir às escolas mediadores linguísticos e culturais para proporcionar um ensino de qualidade e garantir a igualdade de oportunidades a todos os alunos”, que pode ler-se em Agendamento.