Forças de segurança moçambicanas dispersam manifestantes que gritam Mondlane – Economia

Na quarta-feira, forças de segurança moçambicanas armadas com cassetetes dispersaram dezenas de manifestantes que gritavam “Mondlane” no centro da capital, a cerca de 300 metros do local da tomada de posse do novo Presidente, que fazia campanha contra os resultados eleitorais.

Dezenas de unidades policiais, militares e móveis impediram que os manifestantes se aproximassem da Praça da Independência, onde Daniel Chapo foi empossado como presidente de Moçambique.

Os manifestantes, que se dividiram em diferentes grupos e gritaram “Ajudem Moçambique” e cantaram o hino nacional moçambicano, disseram que pretendiam assistir à inauguração, mas foram bloqueados pela polícia.

A capital moçambicana viu na quarta-feira fortes medidas de segurança, com a polícia já a realizar outras intervenções pouco antes da inauguração, recorrendo a tiros para dispersar manifestantes que atearam fogo a pneus à entrada do centro de Maputo. Daniel Chapo torna-se o quinto presidente de Moçambique.

Na zona do Bairro Luís Cabral, grupos de jovens começaram a queimar pneus por volta das 9 horas locais (duas horas menos que Lisboa), cortando a estrada N4 que liga a entrada da Matola a Maputo, fazendo com que a Polícia disparasse contra vários jovens. Tiros foram disparados na tentativa de desmobilizá-los.

Daniel Chapo tomou hoje posse como quinto Presidente da República de Moçambique e primeiro presidente independente do país, numa cerimónia que contou com cerca de 2.500 convidados.

No dia 23 de dezembro, El Chapo, de 48 anos, foi declarado vencedor das eleições presidenciais da República pelo Conselho Constitucional com 65,17% dos votos nas eleições gerais realizadas em 9 de outubro. No Congresso Provincial, a Frelimo também venceu.

O candidato presidencial Benácio Mondlane não reconhece os resultados eleitorais e convocou três dias de greves e manifestações a partir de segunda-feira para protestar contra a tomada de posse dos deputados do Parlamento da República e a tomada de posse do novo Presidente da República.

A eleição de Daniel Chapo tem sido travada nas ruas desde Outubro, com manifestantes pró-Mondlane – que segundo o CC apenas obtiveram 24% dos votos, mas que afirmam ter alcançado a Vitória – a exigirem “a restauração da verdade eleitoral” e estabelecimento de bloqueios de estradas, saques e confrontos com a polícia, segundo organizações da sociedade civil que acompanham o processo, que deixou 300 mortos e mais de 600 feridos.