FC Porto de Pinto da Costa pagou mais 50 milhões de euros em comissões |

Nos últimos anos de Pinto da Costa no Porto, o clube pagou comissões inflacionadas por mais de metade das suas contratações, segundo dados fornecidos pelos Dragões numa auditoria forense divulgada à antiga direcção na quarta-feira, 15 de Janeiro. . Analisando 879 transferências entre a época 2013-14 e a época 2023-24, a comissão total paga pelo “Dragão” aos intermediários foi de 158 milhões de euros. A auditoria constatou que 50 milhões de euros deste montante não eram obrigados a ser pagos e destacou que 61% das comissões de adesão dos clubes foram avaliadas acima dos valores de referência da FIFA e das práticas de mercado.

Outro ponto sobre o recrutamento de auditoria diz respeito ao círculo de agentes com quem o FC Porto escolhe fazer negócios. Dos quase 160 milhões de euros de comissões pagas na última década, os adeptos portistas distribuíram quase metade (80 milhões de euros) a oito intermediários. Foram assinadas dezesseis licenças exclusivas com agentes, algumas envolvendo jogadores importantes, e concluiu-se que a administração havia restringido severamente a liberdade de negociação do clube.

Depois de analisados ​​os dados preliminares dos 879 movimentos de transferência analisados, optou-se por fazer uma análise mais aprofundada da situação dos 55 jogadores que levantaram questões. No entanto, 51 destas transferências não tinham qualquer documentação comprovativa, por ex. reconhecimento ou outro. Ou seja, na prática é impossível encontrar os motivos que levaram a essas contratações.

Dos 55 jogadores que chegaram aos Dragões, 41 tiveram taxas de transferência superiores ao valor de referência da FIFA e padrão mercado. Destes 55 jogadores, há também 23 comissões pagas a agentes de destaque, assumindo o clube um incumprimento total de 15,8 milhões de euros para com estes intermediários.

Administradores gastam milhões em despesas pessoais

Para além das políticas de recrutamento, a auditoria forense à recente gestão do clube solicitada por André Villas-Boas também analisou a actividade quotidiana do FC Porto na última década. Foi realizada uma análise às despesas da antiga gestão dos “Dragões”, destacando-se uma comissão representativa de 3,6 milhões de euros, o que não estava em conformidade com o regulamento interno do clube.

O FC Porto explicou que além da remuneração fixa e variável destes administradores, teto Os administradores devem usar isso para cobrir honorários representativos. No entanto, não foi isso que aconteceu entre 2013-14 e 2023-24. Mais de um milhão de euros foram gastos na aquisição de viaturas, que terão mesmo sido utilizadas pelos familiares dos gestores.

Outros 700 mil euros foram gastos em “refeições profissionais sem justificação objetiva”, outros 700 mil euros em viagens privadas para destinos não relacionados com atividades do clube e 70 mil euros em despesas incorridas em joalharias e relojoarias. Outro ponto destacado diz respeito à inexistência de limite máximo de apresentação de combustíveis, estacionamento e portagens. É sob estas manchetes que os adeptos portistas veem um aumento dos gastos descontrolados. Só o gasto com combustível ultrapassou R$ 240 mil.

No total, foram registadas mais de 5.100 cobranças sem qualquer tipo de documentação ou justificação profissional, custando ao clube um total de 512 mil euros. Esses lançamentos foram validados devido a deficiências no sistema de monitoramento e aprovação de despesas que foram destacadas na auditoria. Aos 3,6 milhões de taxas de representação infundadas, os portistas acrescentam ainda 400 mil euros nos respetivos impostos que devem ser pagos ao fisco. Afinal, o custo total atingiu os 4 milhões de euros.