A ex-presidente da Ordem dos Enfermeiros (OE) garantiu hoje ao tribunal ter realizado todas as viagens que alegava ser reembolsada em 2016, culpando o descuido no preenchimento do formulário de declaração pela aparente falsidade do itinerário.
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Hoje, perante algumas das situações que estão em tribunal, Ana Rita Cavaco alegou que, por um lado, ao contrário do que foi indicado, algumas das viagens não decorreram nos mesmos dias, por outro, as refeições na data; na fatura pode não corresponder a almoço ou jantar.
O ex-presidente explicou ainda que a informação contida na coluna do boletim intitulada “Duração” refere-se à duração da rota em si, e não às operações tipicamente breves que ocorrem fora de Lisboa, onde a OE está sediada.
A presidente do júri, Armandina Silva Lopes, manifestou-se surpreendida com este esclarecimento, pois segundo os factos significa que a viagem de ida e volta entre Lisboa e Beja tem aproximadamente 175 quilómetros e demora quase 5 horas, enquanto outra viagem de ida e volta demora 5 horas. Lisboa e Chávez distam mais de 400 quilómetros entre si e demoram 1 hora e 50 minutos.
Ana Rita Cavaco disse que “ninguém é muito cauteloso quanto a isto”, acrescentando que para efeitos de pagamento o prazo é “um factor absolutamente irrelevante”.
No caso dos dirigentes do OE da altura, o comunicado foi preenchido pelo secretário com base em informações prestadas pelo ex-presidente.Questionada sobre a possibilidade de haver uma agenda dos eventos da associação profissional, Ana Rita Cavaco garantiu que a mesma é em formato eletrónico e é reiniciada “no final de cada missão”. “Então, não tenho mais esse disco”, acrescentou.
“Nenhum de nós percorreu os quilómetros”, insiste.
A ex-presidente confirmou ainda a afirmação do seu sucessor Luís Filipe Barreira, de 50 anos, agora líder do OE e arguido no processo, de que as despesas de viagem diferentes das despesas diárias, segundo a prática das associações profissionais, constituem uma compensação complementar.
Os arguidos alegaram que se recusaram a receber os pagamentos depois de perceberem que não seriam tributados, enquanto o Ministério Público argumentou que falsificaram relatórios de deslocação entre Fevereiro e Novembro de 2016 para receber os pagamentos.
A partir de dezembro do mesmo ano, passam a existir subsídios funcionais tributáveis.O julgamento começa em 20 de janeiro.
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