O desmantelamento do ninho da cegonha-preta de São João da Madeira teria sido denunciado ao Ministério Público devido a alegadas irregularidades na licença de funcionamento do ICNF, disse hoje o autor da denúncia.
Em risco está o santuário da espécie “Ciconia”, que um grupo de estudantes, professores e bombeiros da região de Aveiro e Região Metropolitana do Porto estabeleceu há cerca de 30 anos na antiga Fábrica Nicolau Da Costa Chaperia instalada em chaminés industriais. Porém, a rede de supermercados Lidl adquiriu seu terreno.
Ambientalistas, moradores e diversas pessoas envolvidas na construção do original santuário de aves contestam a situação, e este é um deles, também associado à Associação Íris. É solicitada “substituição imediata de ninhos”, esclarecimentos foram esclarecidos pelo ICNF (Instituto Nacional de Conservação e Florestas) nos alvarás e documentos oficiais emitidos.
No documento apresentado pela Lusa, a denunciante Ana Albuquerque Barata começa a explicar: “A cegonha-preta é uma ave protegida pelo Decreto 140/99, de 24 de Abril, Aves 79/directiva. 409/CEE de 2 de Abril de 1979, é proibido “destruir, danificar, recolher ou tapar os seus ninhos e ovos, mesmo vazios” (…) com estatuto protector. ICNF".
O autor reconheceu que era necessária uma licença, mas acusou o instituto público de não respeitar as suas próprias regras ao autorizar a evacuação do ninho porque os pressupostos expressos na licença “contradiziam o próprio documento do ICNF”.
“Da página 8 do Censo Nacional Segunha-Branca de 2004, consta que quanto à situação de ocupação dos ninhos, eles são considerados apenas em duas categorias: ‘ocupados’, pousadas recém-construídas para indivíduos ou casais (RE) Ninho , indícios de presença recente de aves (…); ou “vazio”, caso não exista a situação descrita nos pontos acima”, leia a denúncia. Portanto, o autor afirma que está ocupado desde “a segunda quinzena de dezembro” e, portanto, não pode ser removido.
Outro argumento é que o Manual de Normas e Procedimentos do ICNF determina que “o período de retirada de ninhos de cegonha-branca e de andorinhas é entre 1 de setembro e 31 de dezembro”, o que conduz a uma segunda incoerência jurídica, como diz a denúncia, A retirada de aves As uvas "aconteceram em 11 de janeiro".
Numa terceira crítica, o Lidl e a Câmara Municipal de São João Da Madeira alegaram que a retirada do ninho se devia a questões de segurança relacionadas com a estabilidade da chaminé, e a questão do queixoso era que, considerando que "nada disto era o intervenção que impediu a estrutura de circulação de pessoas e veículos nos estacionamentos.
Salientando que no NISA o próprio Ministério da Justiça foi condenado em tribunal pela destruição do beiral de um dos edifícios, Ana Albuquerque Barata necessita agora de substituir imediatamente o ninho na sequência de uma operação também autorizada pelo ICNF. Foi descoberto na manhã do dia 11 de janeiro que as obras de fusão das chaminés serão adiadas para setembro de 2025, cabendo a Portugal reembolsar os danos causados ao património natural da cidade. "
No entanto, mesmo que estas reivindicações se concretizem, o autor sublinha: “Quaisquer possíveis medidas de reparação, mesmo a substituição de ninhos, não têm garantia de sucesso (no que diz respeito ao retorno das aves) e podem resultar na perda do único branco cegonha na cidade, um património natural que nem existe em nenhuma das zonas vizinhas de São João da Madeira”.
perguntou a Lusa, e o ICNF escusou-se a comentar os procuradores.
O LIDL, por sua vez, afirmou: “Quando notificado, cooperará com o Ministério Público e fornecerá todos os documentos e informações relevantes”.
Ao defender que a cadeia de supermercados esteve envolvida e seguiu as suas orientações e decisões durante a “remoção temporária de ninhos e reabilitação estrutural de chaminés”: “Reiteramos a intenção do LIDL de reabastecê-la.