Segundo cálculos da Lusa baseados em dados da DGERT, até novembro o número de despedimentos coletivos envolvendo grandes empresas mais do que duplicou face ao mesmo período do ano passado, totalizando 41 pessoas, atingindo o nível mais elevado em 2014.
Até novembro, o número total de despedimentos coletivos reportados pelas empresas ao Ministério do Trabalho aumentou 14,7% face ao mesmo período do ano passado, atingindo 444 pessoas.
Este número supera o total registado em 2023 (431 empresas) e é também o mais elevado de 2020, que atingiu 698 empresas no mesmo período.
De acordo com os últimos dados divulgados pela Direção Geral do Emprego, dos 444 despedimentos coletivos reportados nos primeiros 11 meses de 2024, 150 foram de microempresas, 196 de pequenas empresas, 57 de médias empresas e 41 de grandes empresas e Relações Laborais (DGERT).
A análise dos dados da DGERT confirma que as pequenas e microempresas continuam a ser as que reportam o maior número de despedimentos coletivos ao Ministério do Trabalho.
Mas o que se pode confirmar é que os despedimentos colectivos envolvendo grandes empresas aumentaram durante dois anos consecutivos e atingiram o seu nível mais elevado em 2014.Nos primeiros 11 meses deste ano, a partir de novembro, o número de despedimentos coletivos aumentou 76% face ao mesmo período do ano passado, totalizando 5.725 pessoas. Desses, 5.403 foram efetivamente demitidos.
Na segunda-feira, o coordenador do Bloco de Esquerda propôs um “pacote de medidas de emergência” para contrariar a “onda silenciosa de despedimentos coletivos” no país, que inclui o retrocesso de algumas medidas implementadas pela Troika.
No final de outubro, o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social referiu que o aumento dos despedimentos coletivos era preocupante e garantiu que o governo estava a “acompanhar” a situação.