Demissão de chefe do SNS mostra “perda de rumo” do departamento

"EEste tipo de situações são lamentáveis ​​e demonstram claramente a desorientação de todo o Ministério da Saúde liderado por Ana Paula Martins”, afirmou a presidente da FNAM, Joanna Bordalo Sá, em declarações à agência Lusa.

O presidente da FNAM disse que os membros que ocupam tais cargos devem primeiro possuir competências técnicas e um curso “excelente” e não sujeito a “conflitos de interesses”.

“Aqui, o responsável por tudo isto não será o único, mas será o principal, porque novamente foi o Ministério da Saúde, liderado por Ana Paola Martins, quem fez a escolha”, disse, tendo em conta leva em conta a necessidade de entender como fazer a escolha, enfatizando a necessidade da “participação ativa dos profissionais”.

Para o dirigente, todos os processos seletivos para cargos de liderança nas diferentes instituições devem ser baseados em “um processo transparente, democrático e com participação de profissionais”.

O dirigente sindical lamentou que por vezes se trate de “puras nomeações e escolhas políticas” e seja impossível impedir pessoas “sem tal conflito de interesses”.

“As duas grandes questões aqui é que a Secretaria de Saúde, Ana Paula Martins, não tem demonstrado competência nesse assunto. Não só não tem demonstrado competência no seu trabalho diário para garantir que haja mais médicos no SUS, mas o mais importante é que a própria gestão do SUS também falhou completamente”, ressaltou.

Joanna Bordallo Dessa lembrou ainda que a ministra já tinha demitido o diretor executivo pela segunda vez menos de um ano depois de tomar posse.

“Isso mostra que ela é incompetente, completamente incapaz de liderança. Questionamos o papel dela (da ministra da Saúde) no passado e agora estamos questionando novamente. ele enfatizou. Pessoas que entendem de saúde, incluindo o próprio Ministro, apresentam isso.

A ministra da Saúde aceitou a demissão apresentada na noite de sexta-feira pelo diretor executivo do SNS, António Gandra D’Almeida, que se seguiu a uma investigação da Rádio SIC. A estação informou que o responsável acumulou ao longo de mais de dois anos as funções de diretor do INEM do Norte no Porto e de médico de serviço nas urgências de Faro e Portimão, afirmando que tal era incompatível com a lei.

Segundo o relatório do SIC publicado na noite de sexta-feira, a acumulação de cargos é incompatível com a lei, mas António Gandra D’Almeida conseguiu que o INEM lhe desse autorização e garantisse que não receberia salário.

No entanto, o SIC adiantou que iria receber “remunerações por turno superiores a 200 mil euros” através de uma empresa que fundou com a mulher, da qual era gestor.

Em nota à mídia, Gandra D’Almeida argumentou que o relatório enfocou sua atuação profissional nos anos anteriores à sua gestão como diretor-executivo do SUS (2021, 2022 e 2023) e continha “imprecisões e falsidades”. ”seu nome.

Em 22 de maio de 2024, o Ministério da Saúde anunciou a escolha do médico militar António Gandra D´Almeida para suceder a Fernando Araújo como Diretor Executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS). No mês seguinte, o Conselho de Ministros aprovou a nomeação para o posição.

Gandra D´Almeida é especialista em cirurgia geral e é Chefe da Delegação Norte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) desde Novembro de 2021. Nas Forças Armadas ocupa cargos de chefia e coordenação.

Foi escolhido pelo governo após a demissão de Fernando Araújo no final de abril de 2024, depois de liderar a Direção Executiva do SNS durante cerca de 15 meses, alegando que não queria tornar-se um obstáculo às políticas e políticas governamentais. Ele acreditava que medidas eram necessárias.

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