Delegados defendem introdução de sete novas substâncias na definição de drogas

um Alteração da tabela que contém plantas, substâncias e preparações cuja produção, tráfico e consumo estão sujeitos a medidas de controlo e sanções, com parecer positivo da Agência Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (INFARMED) e do Instituto dos Comportamentos Aditivos (ICAD) e o projeto será votado na sexta-feira.

Confrontados com uma alteração deste tipo proposta pela Comissão Europeia sobre Estupefacientes no ano passado, todas as partes concordam que este é um passo inevitável, mas acreditam que é necessário fazer mais trabalho.

Mariana Leitão, representante da Freedom Initiative, reconheceu que “esta atualização é crucial para que Portugal cumpra as suas obrigações internacionais” de forma a minimizar os riscos associados ao consumo de drogas. “Apesar dos esforços, os traficantes têm demonstrado adaptabilidade e estão um passo à frente da polícia”, acrescentou, defendendo o aumento do investimento em políticas de investigação e no ICAD.

Paulo Muacho, do Livre, considera que acrescentar sete substâncias à lista de medicamentos “não é suficiente”, defendendo também mais investimento no ICAD, que “enfrenta desafios muito significativos”. O PCP e a deputada Paula Santos sublinharam a mesma necessidade, afirmando “há necessidade de reforçar os recursos do ICAD”.

Do lado do Governo, a ministra da Saúde, Ana Povo, explicou que “é da responsabilidade do governo português garantir que existem medidas de controlo das substâncias” como forma de garantir maior segurança no domínio da saúde pública e reduzir a produção de medicamentos Disponibilidade de materiais .

Além da discussão das propostas de lei do Governo, foi também discutido um projeto de lei proposto pelo Chega, também previsto para ser votado na sexta-feira, que visa restringir “o consumo de estupefacientes e substâncias psicotrópicas na via pública”. O partido de André Ventura diz que pretende criminalizar a prática.

Pelo Bloco de Esquerda, Fabian Figueiredo sublinhou que o partido “segue as leis propostas pelo governo”, mas também criticou o documento proposto pelo Chega. O líder da bancada do BE disse que a proposta “não restringe ou constrange de forma alguma as redes de tráfico de droga”. E acrescentou: “Quer reintroduzir as leis mais incompetentes em Portugal porque quer aumentar a repressão social, que no passado levou a epidemias e a problemas de saúde pública”.

Cláudia Santos, do Partido Socialista, também quis focar-se no projeto de lei do Chega e defendeu que o partido “queria aumentar as penas para os consumidores de drogas”, lembrando que “o Chega queria proibir o consumo de drogas na via pública, mas em Portugal o consumo de drogas é criminalizado”. ."

“O principal problema é a sua motivação e a ideia de que o que se faz na rua deve ser pior do que o que se faz em casa”, disse o representante socialista, acrescentando que “esta proposta é uma das mais ridículas”.

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