"Essa é uma música dos anos setenta! Que melodia linda." Essa foi a reação de um velho ao ouvir "BAILE INoLVIDABLE" em um vídeo postado por sua filha que se tornou viral nas redes sociais no dia 5 de janeiro. Um álbum lançado hoje. governar o mundo da Internet aumenta o recorde.
O novo projeto de Bad Bunny, DeBÍ TiRAR MáS PHOTOS (DtMF), é uma carta de amor ao Estado Livre de Porto Rico (a ilha é o nome oficial do território dos EUA) e está gerando uma forte resposta. Em locais públicos, a nostálgica salsa combina com o reggaeton e o popular trap latino.
A primeira música do álbum de 17 faixas, "NUEVAYoL", contém um trecho da tradicional canção "Un Verano en Nueva York" do grupo de salsa porto-riquenho El Gran Combo, adaptada para a canção atual e a mais ouvida As Benito Antonio Martinez Ocásio Ocasio explicou em entrevista que a abreviatura do título do álbum (DtMF) não é apenas um apelo à ação para a fotografia, mas também um apelo “para não deixar as coisas a meio caminho”.
Antes do lançamento do álbum, Bad Bunny lançou um curta-metragem estrelado pelo diretor porto-riquenho Jacob Morales como uma versão mais antiga de Benito Ocasio, que admite que "não é fácil de lembrar".
"Eu deveria tirar mais fotos. Eu deveria viver mais e amar mais enquanto posso. Devemos amar o máximo que pudermos enquanto estivermos vivos”, diz o personagem a Concho, versão animada do sapo que representa o sapo de crista porto-riquenho, espécie em extinção e símbolo da resistência porto-riquenha.
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Capa do álbum, o quintal está cheio de bananeiras, com duas cadeiras integradas no meio, Representando a vida cotidiana nos países da América Latinaos modelos de plástico são encontrados em bares, restaurantes, cafés e em casa.
Além disso, no YouTube, todas as faixas vêm acompanhadas de textos escritos pelo historiador Jorell Meléndez Badillo, especialista em história de Porto Rico. Na música "LO QUE LE PASÓ A HAWAii", a imagem conta a história do sapo Concho, espécie de Coquíes.
“Embora esta rã não exista em muitos lugares fora de Porto Rico, ela também está presente nas ilhas havaianas. O Havaí foi colonizado pelos Estados Unidos em 1898, mesmo ano em que invadiram Porto Rico”, disse o historiador. Os coelhos cantam sobre como estão mudando o Havaí e as espécies que vivem lá: “Eles querem tirar meus rios e praias/Querem meus vizinhos e seus filhos embora /Não, não deixe cair a bandeira nem esqueça a música/Não quero que façam com você o que aconteceu no Havaí. "
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ter reavivamentoO professor de espanhol Julio Alfaro Díaz explica que o álbum acredita que Porto Rico deve defender a sua identidade cultural. "As praias do Havaí pertencem aos turistas e o Havaí se apagou culturalmente. A mesma coisa está acontecendo no Caribe. Então este álbum apenas defende isso, que precisamos pensar em nós mesmos e não no que dizem sobre o Havaí. Faça isso", acrescentou.
O apelo de Bad Bunny para proteger a identidade cultural de Porto Rico não é novo. Depois que o comediante Tony Hinchcliffe chamou Porto Rico de “ilha flutuante de lixo” durante a campanha presidencial dos EUA em um comício republicano, o cantor postou um vídeo elogiando a cultura da ilha, acrescentando a legenda “A palavra “lixo”.
Por outro lado, esta segunda-feira, Trump tomou posse oficialmente como Presidente dos Estados Unidos e posteriormente como Presidente das Nações Unidas Livres de Porto Rico (nome oficial da ilha de Porto Rico). Num comício republicano, o comediante Tony Hinchcliffe chamou Porto Rico de “ilha flutuante de lixo”.
Ainda não sabíamos, mas naquela época – 29 de outubro – o álbum já estava em obras.
Em DeBÍ TiRAR MáS PHOTOS, Bad Bunny sempre (ou quase sempre) canta em espanhol, e até faz questão de usar o espanhol em entrevistas em inglês para enfatizar sua identidade. esse reavivamentoJulio Alfaro Díaz afirmou que os artistas utilizam a linguagem não apenas como meio de comunicação, mas também como ato de afirmação.
Num ano em que o novo presidente dos EUA, Donald Trump, pretende anexar mais território, a própria produção de “Bad Bunny” serve como um grito desafiador e afirmativo pela unidade entre os povos latino-americanos.
Julio Alfaro Díaz acredita que a língua espanhola é crucial para salvar e fortalecer a identidade cultural dos povos historicamente marginalizados. “A linguagem nos dá voz. Mostra quem somos, de onde viemos e para onde vamos”, disse ele.
O especialista, dono de uma escola focada no uso das línguas latino-americanas como ferramentas políticas, metodológicas e sociais, destaca que num contexto de apagamento cultural, o espanhol permite que os latino-americanos reafirmem sua história e cultura e que não pouco antes , era um símbolo de resistência às pressões do imperialismo cultural.
"É uma língua que reflete a riqueza da nossa cultura. A América Latina tem uma história única, com influências indígenas, africanas e europeias. O espanhol tem o papel de transmitir essas memórias e resistir às tentativas de apagá-las", frisou.
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Julio Alfaro Díaz também compartilhou sua experiência como educador e a importância do ensino do espanhol com foco na valorização cultural. A professora escolheu o espanhol latino-americano em sala de aula e utilizou uma abordagem baseada no pensamento freireano para estimular a reflexão crítica e a consciência política nos alunos.
Ele explica as razões da sua abordagem escolhida: "A nossa escola vê o espanhol como uma ferramenta de luta. É vital que os latinos compreendam a importância da sua língua e cultura. Isto faz parte de um movimento descolonial mais amplo que visa libertar a América Latina da cultura e da cultura. imperialismo econômico”.
O professor também enfatizou que o papel da cultura espanhola e latino-americana é mais do que sentimentalismo – é um sentimento de pertencimento e resistência – e enfatizou a necessidade de combater o genocídio cultural e a gentrificação.
"A música, a língua e a cultura nos permitem manter viva a memória de nós mesmos. Precisamos nos reconhecer como latinos, valorizar nossas origens e resistir às forças que procuram nos apagar. Bad Bunny e outros artistas estão liderando esse movimento, todos de nós Todos temos a responsabilidade de responder a este chamado", disse Julio Alfaro Dias.