O Ministro da Coesão Territorial afirmou na sexta-feira que a nova lei de terras visa aumentar o acesso à habitação da classe média e colocar “no mercado mais casas mais baratas”. Em Braga, durante a assinatura de um memorando de entendimento na comunidade interurbana do Cávado e do Ave, Manuel Castro Almeida disse que o preço máximo fixado por lei para habitação nova “é superior ao preço médio actualmente em vigor 20% inferior”. As regiões metropolitanas e capitais da região.
“(Pela nova lei), é na classe média que temos que pensar. Estamos pensando nos casais de enfermeiras, nos casais de professores, nos casais de bancários. casas, queremos comprá-las a um preço moderado. Fornecer casas”, afirmou. Para o ministro, o objetivo é claro: “mais casas, mais baratas”.
“Se não, porque é que temos esta lei? Se não for para aumentar a oferta, se não for para reduzir os preços, então qual é o objectivo desta lei, garantindo que, com a nova lei de terras, “não haverá?” espaço para especulação imobiliária.”
“Ao aumentar a oferta de terrenos, os preços das casas cairão naturalmente”, afirmou, sublinhando que “por precaução” foi definido o preço máximo, que é “significativamente inferior ao preço de mercado”.
Castro Almeida disse que a nova lei “altera completamente as regras de utilização do solo” porque a partir de agora são as câmaras e câmaras municipais que decidem ampliar a capacidade construtiva, “sem ter de recolher muitos contributos”. Até agora tem sido um parecer obrigatório”. O ministro considerou que tal mudança poderia incentivar a corrupção “quase indecorosa”, pois lembrou que na Câmara dos Deputados e na Câmara Municipal estavam representados todos os partidos políticos e todos os presidentes de juntas de freguesia.
"Como ele poderia ter corrompido todas essas pessoas?"
Para o Ministro da Coesão, o princípio fundamental da nova lei dos solos é que “ninguém está em melhor posição do que o presidente da Câmara de cada lote de terreno para decidir o que é melhor para esse terreno”. “Este é o máximo em transparência. É o oposto da opacidade, que permite a corrupção. Cada município toma decisões no seu território e é assim que deve ser.
Solicite uma audiência de emergência
A publicação da nova lei de terras suscitou protestos, com o Partido Socialista a propor alterações ao decreto, enquanto representantes da Comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação aprovaram por unanimidade o pedido do Grupo de Esquerda (BE) para audição urgente do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Miguel Pinto Miguel Pinto Luz e o Ministro da Coesão Territorial Manuel Castro Almeida discursaram.
O pedido do BE prevê ainda audições à ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável, à Rede H – Rede Nacional de Investigação Habitacional, à arquiteta Helena Roseta e a Jorge Moreira da Silva, que era ministro do Ambiente quando a lei dos solos foi originalmente aprovada, em 2013.
Mais de 600 especialistas e ex-líderes políticos criticaram a medida numa carta aberta. A Associação Nacional de Municípios de Portugal (ANMP) considera positiva a visão de colocar mais responsabilidade nas mãos do parlamento quando se trata de alterar a legislação fundiária, mas acredita que há espaço para melhorias.
Na próxima terça-feira, Castro Almeida será ouvido em comissão, e o Parlamento pronunciar-se-á sobre o assunto no dia 24.
O ministro reconheceu na sexta-feira que “a proposta foi discutida no Parlamento e que o Parlamento poderá até melhorá-la”.