Carta ao Diretor|Ponto de Vista

apoio estatal

O apoio estatal nem sempre chega a todos os necessitados. A experiência da minha filha é um exemplo. Formou-se em jornalismo, arranjou emprego por mérito e hoje vive num apartamento alugado em Lisboa. Ela se inscreveu no programa Young People's Gate 65, mas foi informada de que não conseguiria financiamento porque seu salário era considerado muito baixo. Devido ao alto aluguel mensal que tem que pagar, seu esforço mensal ultrapassa 60% de sua renda.

O programa deveria atender à real necessidade dos jovens de acesso à moradia, mas acabou deixando-os desesperados, sem opções concretas, a menos que seus pais pudessem ajudá-los financeiramente. É vital que o trabalho destes jovens seja valorizado através de contratos estáveis ​​e salários dignos. Lisboa deixou de ser uma cidade de gente e passou a ser um destino de turistas e investidores. O aluguel é inacessível. Pior ainda, estamos a falar de jovens que querem contribuir para o desenvolvimento do seu país, mas optam por não imigrar.

Os jovens de hoje não têm estabilidade básica nas suas vidas. Os baixos salários e os custos de habitação inacessíveis estão a empurrar-nos para um futuro incerto, cobrando um pesado preço ao país. Até quando?

Carlos Oliveira, Funchal

Este não é o fim do mundo!

Pedro Adão Silva propôs no PÚBLICO de ontem uma solução engenhosa para a confusão em que se meteu o secretário-geral do Partido Socialista ao propor prematuramente uma nomeação que pudesse apoiar o Presidente da República. A realização de “consultas a activistas, possivelmente abertas a apoiantes” (de forma alguma primárias) poderia impedir o surgimento de vários candidatos da região do PS, dispersar apoios e salvar a face de Pedro Nunez Santos. Sabemos (!) que o Almirante obterá o maior número de votos e que eventualmente na segunda volta (se houver) um bom candidato de esquerda poderá, repito, vencer.

Ricardo Charters Dazevedo, São Pedro Estoril

E se...

Se a Europa perceber, em 2021, que a Ucrânia faz parte da Europa tanto quanto a Rússia, os tempos passarão, os líderes morrerão, as políticas mudarão e a dependência dos Estados Unidos poderá não ser do seu interesse na perspectiva dos interesses estratégicos globais, O que vai acontecer? Neste contexto, o que aconteceria se a Europa adoptasse uma política activa e independente em relação à Rússia e à Ucrânia - mesmo uma política muito activa - a fim de "desescalar" as tensões crescentes entre os dois países e evitar que a mesma coisa aconteça?
E se, após a invasão, a Europa percebesse que o seu futuro como potência mundial deve ser capaz de tomar as medidas defensivas necessárias em caso de conflito militar, em vez de depender fortemente da NATO e das forças dos EUA? ? E se a Europa entendesse que poderia garantir que as suas necessidades energéticas e alimentares fossem satisfeitas e seguras, e romper com a dependência da Arábia Saudita e dos Estados Unidos, recorrendo aos recursos europeus, incluindo a Ucrânia e a Rússia?
O que aconteceria se a Europa não dependesse das atribulações da política americana, das variações entre as “facções Trump” Democratas e Republicanas e da luta com a China pelo domínio económico e militar? E se a Europa tivesse a sua própria identidade e aspirasse a ter uma voz independente no mundo conturbado e perigoso em que vivemos, que provavelmente se agravará devido à crise ambiental?
Se, se, se... você já pensou nisso?

Jorge Mônica, Desfile

Portugal continua a ditar o ritmo

De acordo com o Índice de Prosperidade Mundial publicado recentemente pela Hellosafe, que avalia 186 países com base numa série de critérios, incluindo indicadores de crescimento económico, social e ambiental, bem como classificação baseada em indicadores de riqueza total, como PIB e PNB, o nosso país está classificado na Europa Classificado 26. A Europa é composta por 50 países, com Portugal classificado logo abaixo do meio. Portugal não chega nem perto do 20º lugar no Índice de Desenvolvimento e Progresso entre os 27 países da União Europeia. Após quase 40 anos de integração europeia, o nível de desenvolvimento de Portugal ainda é insuficiente para se classificar entre os países mais ricos. Apesar do que nos dizem sucessivos primeiros-ministros do centro político, o objetivo é chegar à linha da frente. Ainda não chegamos ao 20º lugar. Pura fantasia, Portugal continua a liderar.

Antonio Cândido Miguez, Villa Real