Big Data nos Açores: Informações como Motores de Desenvolvimento - Opiniões - Sapo.pt

Quando ouvimos os avós dizerem "o conhecimento não acontece" na infância, não pensamos na importância da informação e conhecimento no desenvolvimento social. Na era digital, essa sabedoria popular ganhou uma nova dimensão: a informação não é mais apenas uma ferramenta de aprendizado e se tornou um recurso estratégico. Estamos experimentando uma nova revolução industrial - Big Data - o processo no qual a capacidade de coletar, processar e interpretar grandes quantidades de dados pode determinar regiões, países e economias.

O termo "big data" refere -se à análise de uma grande quantidade de dados gerados continuamente por pessoas e empresas e fornecida através de seus dispositivos. Essa quantidade de dados usados ​​com as ferramentas apropriadas pode ser transformada em conhecimento extremamente relevante e tem o potencial de orientar as decisões nas áreas mais diversas, da saúde à agricultura, do turismo à administração pública.

Nos Açores, uma área da ilha com enormes desafios de logística e estrutural e, com grande potencial, o big data representa uma enorme oportunidade. Sua aplicação estratégica pode servir como um catalisador para o desenvolvimento sustentável, um catalisador para aprimorar os recursos de planejamento e tomada de decisão.

Por exemplo, na agricultura, o uso de sensores e imagens de satélite para coletar dados sobre solos, clima e culturas podem tornar a exploração mais eficiente e o gerenciamento sustentável. Ao pescar, dados nas rotas de migração, condições e capturas do oceano podem ajudar a preservar os recursos marinhos e aumentar a lucratividade do setor.

O turismo é um mecanismo econômico importante para o arquipélago e também pode ter muitos benefícios. Através da análise dos dados, preferências e tendências de mobilidade dos visitantes e sua sazonalidade, estratégias mais eficazes e equilibradas podem ser desenvolvidas para promover e alocar fluxos de turismo entre e entre as ilhas, evitar sobrecarregar recursos e promover experiências mais positivas para os visitados e, claro, e, claro, e também para seu próprio território. Um exemplo é um piloto feito por um operador de telecomunicações de presença regional há vários anos, que nos permite obter fotos reais e diretas de visitantes e residentes alocados em todo o território através da rede de antena de telecomunicações existente, fornecendo assim o desenvolvimento de ferramentas apropriadas de grande potencial.

Em áreas onde a atividade sísmica e os fenômenos meteorológicos extremos são expostos ao gerenciamento de riscos naturais, a tendência crescente deste último, é outra área onde o big data pode fazer a diferença na proteção da vida humana e sua herança. Hoje, os cenários de crise podem ser previstos com ferramentas apropriadas de monitoramento e análise em tempo real e preparadas para respostas mais rápidas e coordenadas.

Mas, para a realização dessa revolução, é necessário não apenas investir em tecnologia, mas também para investir em capital humano. É crucial ter alfabetização digital e habilidades analíticas, além de criar condições para atrair novos recursos profissionais. "Saber que isso não vai acontecer" exige encontrar um assento em escolas, empresas, instituições públicas e comunidades.

Além disso, a construção de uma sólida infraestrutura digital com conectividade confiável e estratégias de dados claras será decisiva para garantir que o arquipélago não esteja à beira desta nova era. A colaboração entre o governo regional dos Açores, a Universidade de Açores, centros de pesquisa e empresas é crucial para criar ecossistemas inovadores que se encaixam na realidade da ilha.

A revolução do Big Data não é apenas a tecnologia - é cultural. Isso significa uma nova maneira de observar o mundo, fazer perguntas e tomar decisões. E, o mais importante, exige que possamos transformar dados em sabedoria. Se nossos avós já sabiam que o conhecimento não estava acontecendo, agora as informações certas tiveram um papel na construção do futuro dos Açores.

Economista nos Açores