Bellas “quase desapareceu” e Quiruz também. A “superdiocese” de Sintra voltará a ser dividida em duas partes

De um lado está um baralho de cartas e do outro uma pilha de jornais. São os melhores amigos de João Bonifácio no dia a dia, que passa nesta associação de apoio a idosos do centro das Beiras. Esta manhã, ele ainda não tinha jogado nenhum jogo sueco. Estava imprensado entre um pedaço grosso de jornal. O termo “separação diocesana” traz lembranças ruins.

“O desastre começou quando eles vieram conosco para Quiruz. Bellas não tinha nada. Tudo sobre Bellas se foi. Alguns ônibus desapareceram, alguns caminhões desapareceram, alguns carros desapareceram. O pior é fazer os idosos subirem a rampa de acesso ao Monte Arroyo, onde construíram o centro de saúde”, lamentou.

João tem 89 anos e vive nas Beiras desde que nasceu. Ele estudou aqui, constituiu família e educou os filhos. Ele era membro dos bombeiros e passou os primeiros dias da aposentadoria nesses cafés e levou os netos para passear por essas ruas. Conhecia tão bem a freguesia e estas pessoas que nos disse: “Os velhos de Bellas não aguentaram o Quiluz. Nem chegámos em segundo, ficámos em quarto ou quinto”.

Como forma de provar seu ponto de vista, ele apontou para o homem sentado à mesa a dois passos de distância. Manuel Costa, de 81 anos, apontou o dedo aos “oportunistas” que permitiram que Velas fosse “reduzida a uma aldeia”. Disse que a disparidade de tratamento entre Queluz e Velas se faz sentir todos os dias.

O diretor do agrupamento escolar Queluz-Belas alertou que o atual apoio financeiro concedido pela união diocesana às escolas primárias não é suficiente. Foto: Lara Castro/RR
O diretor do agrupamento escolar Queluz-Belas alertou que o atual apoio financeiro concedido pela união diocesana às escolas primárias não é suficiente. Foto: Lara Castro/RR
Nas ruas das Beiras e de Cluch ainda existem muitos vestígios da época em que as duas freguesias se separaram. Foto: Lara Castro/RR
Nas ruas das Beiras e de Cluch ainda existem muitos vestígios da época em que as duas freguesias se separaram. Foto: Lara Castro/RR
Segundo o censo de 2021, a União de Freguesias tem 52.414 habitantes, a maioria dos quais reside na região de Quiruz, mas a área é muito menor (a região de Belas tem 3 quilómetros quadrados, enquanto a região de Belas tem mais de 21 quilómetros quadrados). Foto: Lara Castro/RR
Segundo o censo de 2021, a União de Freguesias tem 52.414 habitantes, a maioria dos quais reside na região de Quiruz, mas a área é muito menor (a região de Belas tem 3 quilómetros quadrados, enquanto a região de Belas tem mais de 21 quilómetros quadrados). Foto: Lara Castro/RR

"As latas de lixo aqui estão cheias. As caixas foram trazidas de Quilus para cá e olhamos na rua e eram todas ervas. Você não vê nada assim em Klush. Eu acho que isso deveria ser uma paróquia:Sempre”, disse ele, antes de bater com o punho na mesa: “Sem problemas.”

Queruz enfrenta “o mesmo” problema

Do outro lado da diocese a situação é diferente: aqui quase não se sente o impacto da aliança diocesana aprovada em 2013 através da chamada Lei Relvas.

“Não me lembro de nada, para mim é tudo igual. Isso não afeta minha vida, tudo é igual", ele disse reavivamentoMaria Ferreira tem uma casa em Queluz, a poucas ruas acima do parque onde a fomos buscar. A divisão não existe, mas ele ainda defende a divisão da linha: “Isso é uma coisa muito grande, uma superparóquia. São pessoas diferentes, hábitos diferentes. As pessoas se sentem parte das Bellas ou Queruz".

Susana Ferreira é um desses exemplos. Ele não mora em Kluche, mas trabalha aqui há mais de dez anos. Ele se lembra da mudança anunciada em 2013, mas disse que nada mudou. Ele já ouviu falar dos retrocessos que o Parlamento está preparado para aprovar - e também está céptico quanto à possibilidade de alguma coisa mudar. “Queruz não pertence a outra câmara. Este é apenas um gráfico de linha", depreciação.

Matosinhos-Lesa. O que as pontes unem, a competição divide e a união não acrescenta nada

Com ou sem fila, a “esperança” de Suzanne para as próximas eleições autárquicas é que as ruas fiquem mais limpas, “especialmente à volta da estação”. E ela não é a única que faz essa pergunta.

Mariana Sousa chegou de Loulé em setembro e até agora tem uma opinião negativa sobre tudo o que viu e ouviu em casa. conta para reavivamento Não passa um dia sem que eu perceba sujeira nas ruas, não acorde no meio da noite com o barulho da rua ou não passe por um local mal iluminado. “Parecia que eles não apostaram nada. Está tudo errado com Klush", recuperar.

Bombeiros cheios de medo, escolas cheias de esperança

No Corpo de Bombeiros Voluntários de Bellas (BVB), o anúncio quase certo da secretaria paroquial fez soar os sinos de emergência. António Gualdino Ribeiro, presidente da associação BVB, acredita que se nada mudar em 2013, muitos dos progressos alcançados nos últimos anos serão em vão.

“Prestamos um conjunto de serviços ao município: transporte aquaviário, serviços de emergência, serviços de festivais. São o resultado e decorrem dos acordos que foram assinados O orçamento anual é de cerca de 3.000 reais ou mais, não sabemos como será agora. A paróquia anterior não tinha nenhum. A freguesia de Bellas é muito mais pequena e, como não há muito financiamento, pode não ter recursos financeiros para apoiar os bombeiros”, previu.

Visualização de tabela

Entre Quirush e Beiras, o complexo escolar reúne nove instituições de ensino entre jardins de infância, escolas primárias e secundárias, com capacidade para milhares de alunos. As juntas de freguesia são obrigadas por lei a fornecer materiais de limpeza às escolas primárias e jardins de infância. Mas isso nem sempre funciona.

“As coisas não têm sido tão boas nos últimos dois anos porque O valor que recebemos é insuficiente para cobrir todos os custos em que incorremos. Estamos a falar de uma diferença de 300 ou 400 euros por ano, o que afinal não é particularmente significativo”, disse-nos. reavivamento Direção de Antonio de Oliveira Duarte.

«Depois temos que olhar quantos alunos e escolas há em cada freguesia e depois certamente dividiremos os custos em função disso».

No entanto, os responsáveis ​​pelos agrupamentos prevêem um “impacto neutro” na comunidade educativa a partir da classificação das freguesias – proximidade geográfica (que continuará a ser o principal critério para a distribuição dos alunos entre escolas e, ao contrário de muitos outros agrupamentos, aqui o financiamento para atividades extracurriculares “depende inteiramente” da Câmara Municipal de Sintra.

As fases iniciais ainda envolverão ajustes nas alocações de propinas asseguradas pelo conselho (que devem ser “proporcionais” ao número de alunos e escolas), mas espera-se que o “bom espírito de cooperação” continue.

“Em alguns casos eles trabalham conosco quando precisamos de apoio. Também disponibilizamos salas quando a diretoria precisa (e às vezes a diretoria também precisa). As coisas estão indo muito bem aqui e não creio que o colapso da diocese vá melhorar ou piorar", finalizou.